Acordo que será assinado nesta tarde por Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos deverá prever o mesmo critério de divisão de votos e da subvenção pública: 80% para quem encabeça a coligação e 20% para o outro partido.
O PSD e o CDS-PP vão assinar nesta terça-feira o acordo de coligação para as eleições autárquicas, que irão realizar-se ainda este ano. O acordo será semelhante ao que foi celebrado entre os dois partidos nas eleições de 2017 e deverá prever o mesmo critério de divisão de votos e da subvenção pública: 80% para quem encabeça a coligação e 20% para o outro partido.
Os presidentes do PSD, Rui Rio, e do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, vão assinar o acordo-chapéu numa cerimónia pública, que irá decorrer pelas 18h00, no hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa, depois de terem anunciado que estavam a preparar uma estratégia eleitoral conjunta para as autárquicas.
O acordo para a coligação PSD/CDS deverá, à semelhança do que aconteceu em 2017, ser extensível a outras forças partidárias à direita, com exceção do Chega, cuja exclusão já foi anunciada pelas direções dos dois partidos. Serão também detalhadas as regras de prestação de contas e de formalização de candidaturas, bem como a repartição de votos e da subvenção pública pelas coligações entre os dois partidos.
Fontes ouvidas pelo Jornal Económico (JE) apontam que a 80% das despesas de campanha ficarão a cargo do partido que encabeça a coligação em cada concelho e 20% a cargo do outro partido. O PSD deverá encabeçar a maior parte das coligações nas autárquicas, mas o coordenador autárquico do CDS-PP, Fernando Barbosa, garante ao JE que os democratas-cristãos querem também liderar algumas das coligações, para contrabalançar o peso do PSD e a escolha do ex-comissário europeu Carlos Moedas para Lisboa.
Isto porque a tradição das coligações é que o partido mais votado em eleições anteriores seja o responsável pela escolha do candidato à presidência das câmaras municipais. Acontece que o CDS-PP teve quase o dobro dos votos do PSD em Lisboa nas autárquicas de 2017, mas foi a direção de Rui Rio a escolher Carlos Moedas para concorrer contra o autarca Fernando Medina na capital, o que valeu críticas internas no CDS-PP à “secundarização” a que o partido se sujeitou.
O PSD já anunciou 153 candidatos a câmaras municipais. Já a direção nacional do CDS-PP, além do apoio a Carlos Moedas, ainda não formalizou nenhum.