O PSD renovou o convite apesar do «conteúdo agressivo» da carta que, consideram, os socialistas enviaram ontem rejeitando uma reunião entre os dois partidos, e que já hoje voltaram a recusar.
O vice-presidente e porta-voz do PSD, Marco António Costa, enviou hoje uma carta ao secretário-geral do PS, António José Seguro, renovando o convite para um encontro entre os dois partidos.
A carta já teve resposta do PS, que, numa missiva assinada pelo secretário nacional Miguel Laranjeiro comunicou nada ter «a acrescentar» ao transmitido na quinta-feira.
«O Partido Socialista está disponível para todos os debates de interesse nacional, na sede adequada, que é o Parlamento», afirmam na carta.
A carta dirigida hoje pelo PSD ao PS lamenta «o conteúdo agressivo da missiva» enviada na quinta-feira em resposta ao convite dos sociais-democratas para «uma reunião de trabalho» sobre a reforma do Estado.
«O Partido Socialista, com a referida missiva, assume, a nosso ver, uma postura de isolamento institucional que não é favorável ao interesse nacional», declaram os sociais-democratas, acrescentando que, apesar de terem considerado «indelicada» a resposta dos socialistas, reafirmam o «empenhamento no diálogo político que importa manter entre instituições, nomeadamente entre os dois maiores partidos portugueses, renovando o convite anteriormente realizado».
O PS recusou esta quinta-feira o convite do PSD para debater a reforma do Estado por considerar tratar-se de «mais uma encenação para distrair as atenções dos portugueses» em vésperas de debate orçamental.
«Acuso a receção da sua carta, propondo uma reunião entre os dois partidos a propósito daquilo a que designa por ‘reforma do Estado’. Tal proposta não pode ser considerada seriamente, mas antes mais uma encenação para distrair as atenções dos portugueses», lê-se na missiva de resposta do secretário nacional do PS para a organização, Miguel Laranjeiro, à carta do porta-voz do PSD, Marco António Costa, recebida na quinta-feira.
Na resposta a Marco António Costa, o dirigente socialista afirma ainda que «os portugueses estão fartos de conversa e mais conversas», lamentando que o PSD «tenha chumbado a proposta de metodologia da reforma do Estado que o PS entregou, em dezembro de 2012, na Assembleia da República». (tsf.pt)