AFP
Convocados por artistas como Benicio Del Toro, Bad Bunny, Ricky Martin e René Pérez, milhares de pessoas voltaram a exigir na noite de quarta-feira a renúncia do governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, envolvido em diversos escândalos, e os protestos resultaram em distúrbios e confrontos com a polícia.
Cantando “Ricky renuncia” e agitando bandeiras de Porto Rico, os manifestantes se reuniram diante do capitólio de San Juan, pelo quinto dia consecutivo, para exigir a saída de Rosselló.
O protesto foi animado pelos porto-riquenhos Benicio Del Toro, Ricky Martin, Bad Bunny, René Pérez e iLe (Ileana Cabra, do Calle 13), entre outros.
As manifestações no centro de San Juan transcorriam pacificamente quando um grupo de manifestantes invadiu o perímetro de segurança e começou a jogar pedras e coquetéis molotov contra os agentes da polícia.
“Tivemos que usar gases lacrimogéneos para dispersar as pessoas que se manifestavam de forma violenta”, declarou o porta-voz da polícia, policial Axel Valencia. “Há cinco pessoas presas”.
Outras manifestações contra Rosselló foram realizadas no início da semana, respondendo à convocação de artistas como Ricky Martin, depois do vazamento de um polémico chat pela imprensa local.
Rosselló também é criticado pela condução da emergência pela passagem do furacão Maria e a crise financeira da ilha.
Nas mensagens trocadas através do aplicativo Telegram, Rosselló e outras 12 pessoas criticaram políticos e jornalistas e usaram memes e insultos de teor sexual, segundo revelou na semana passada o Centro de Jornalismo Investigativo (CJI) de Porto Rico, em trechos publicados no jornal El Nuevo Día.
Ricky Martin, alvo de menções ofensivas, afirmou que essas declarações “são completamente repudiáveis e denotam o carácter e personalidade intolerantes, arrogantes, prepotentes, homofóbicas, machistas e violentas de cada um” dos participantes do chat.
O governador de 40 anos pediu desculpas por seus comentários e alegou que “o chat era usado para liberar as tensões de dias de 18 horas de trabalho (…) mas nada disso justifica as palavras que escrevi”.