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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Projectos económicos estão a mudar a vida dos assistidos

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 - portal de angolaA entrega de residências aos antigos membros das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), que devia ter sido feita em Fevereiro, continua sem data marcada, de acordo com o presidente da Associação de Apoio aos Combatentes das ex-FAPLA. Em entrevista ao Jornal de Angola, António Fernando afirmou que “este processo continua a seguir o seu ritmo normal”, acreditando que mal as casas estejam concluídas, “os nossos antigos combatentes não serão excluídos”.

Jornal de Angola – Há quantos anos foi criada a Associação de Apoio aos Combatentes das ex-FAPLA?

António Fernando – A ASCOFA existe desde 10 de Janeiro de 2001, tendo como objectivo fundamental da sua existência a criação de condições sociais para os ex-militares das FAPLA. Isso passa, em primeira instância, pela assistência médica, educação, emprego e reforma militar, junto da Direcção Principal do Pessoal e Quadros do Estado-Maior General das Forças Armadas de Angola.

JA – Após dez anos de existência, o que foi feito?



AF –
Muita coisa. Sobretudo no sentido da inserção dessas pessoas na actividade produtiva, enquadramento de cerca de 258 camaradas a nível da Direcção Provincial da Fiscalização de Luanda, 60 elementos enviados para a direcção das operadoras de transporte público Macom e TCUL, outros 180 para o MAPESS e Caminhos de Ferros de Luanda.

JA – Que projectos tem a organização a nível do país?

AF – Vários projectos ligados às áreas de agricultura, pesca, pecuária e fomento de pequenos negócios.

JA – O que tem sido feito para melhorar o nível de vida dos ex-militares e seus familiares?

AF – Como parceiros estratégicos do Governo, a nossa actividade tem estado muito direccionada para a inserção dos nossos associados em actividades ligadas às áreas de produção agrícola e formação em centros de artes e ofícios destes e dos seus familiares. Criámos, também, uma política de campanha de sensibilização e mobilização sobre a inserção na sociedade.

JA -Além do Ministério da Defesa, a ASCOFA conta com o apoio de outras instituições?

AF – Em abono da verdade podemos dizer que contamos com o Ministério da Defesa e com outros organismos do Estado. A nossa parceria é apenas de trabalho. Em termos de apoios institucionais, nunca beneficiámos de nada.

JA – Como são suportadas as despesas da Associação?

AF – Desde que foi declarada Associação de Utilidade Pública, nunca lhe foi atribuído um orçamento, o que possibilitaria uma outra dinâmica e aliviar o peso do trabalho que temos vindo a ter a nível de todo o território nacional.

JA – Tem encontrado muitas dificuldades?

AF – Dificuldades relacionada com a falta de uma sede para podermos funcionar condignamente, falta de subsídio para as nossas representações a nível das províncias, falta de meios de circulação para as incursões. Mas o trabalho nunca parou, visto que o objectivo fundamental da existência da ASCOFA é procurar ajudar todos aqueles que, com armas na mão, se sacrificaram pela independência no nosso país.

JA – Quanto recebe do Estado para apoiar os ex-FAPLA?

AF – Cerca de mil milhões de kwanzas.

JA- Como é gasto o dinheiro?

AF – Em subsídios aos funcionários que asseguram diariamente os trabalhos administrativos da Associação. Façam as vossas contas e tirem as conclusões. O que se pode fazer com este dinheiro? Temos a situação das nossas representações nas províncias, que trabalham arduamente junto das comunidades. As famílias sabem que o marido foi trabalhar, mas quando termina o mês, ele não tem nada para apresentar o resultado do seu trabalho.

JA – Têm sido dados apoios aos filhos dos ex-militares, concretamente através de bolsas de estudo?

AF – Existem apoios nesse sentido, dentro das quotas postos à disposição do Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria. O nosso trabalho também contempla o apoio tanto às viúvas como aos órfãos de guerra.

JA- Há a preocupação de empregar os filhos?

AF – Realmente, é a referência que já fiz. Muitos dos candidatos enviados para integrar a Direcção da Fiscalização de Luanda são filhos de antigos combatentes, tendo em conta o estado avançado de idade dos seus pais. O governador da província de Luanda deu-lhes essa possibilidade.

JA – Quais são os valores que os ex-militares filiados na Associação recebem mensalmente?

AF – Da Associação não recebem nada. Mas aqueles que são oficiais e com as reformas já tratadas junto da Direcção Principal do Pessoal e Quadros do Estado-Maior General das FAA recebem através da Caixa de Segurança Social das Forças Armadas.

 

 

 

 

Fonte: Jornal de Angola

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