O projecto Angola LNG deve garantir a Angola a entrada no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês), que tem actualmente apenas cinco membros africanos, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU) num estudo publicado segunda-feira.
“Embora Angola planeie vários outros pequenos projectos de LNG, é improvável que se torne num exportador global significativo de LNG, dadas as suas reservas relativamente pequenas”, considera o estudo da EIU.
“Apesar disso, a incursão de Angola na GECF ia estimular os esforços do país para desenvolver a sua presença nos palcos regionais e internacionais”, acrescenta o relatório daquele centro de estudosbaseado no Reino Unido.
Com a Sonangol como concessionário e operador, a americana Chevron, a britãnica BP, a francesa Total e a italiana ENI, o projecto está localizado na província do Soyo e inclui um gasoduto de 500 quilómetros, que liga seis blocos no mar (1, 2, 14, 15, 17 e 18) às instalações de liquidificação, a partir de onde o gás é exportado.
Segundo o relatório, o objectivo de produção anual é de 5,2 milhões de toneladas de gás natural, que até agora eram queimadas nos poços petrolíferos angolanos.
Angola prepara-se também para leiloar vários blocos petrolíferos em terra na região do Kwanza, onde a exploração tem conhecido poucos avanços nos últimos 30 anos, segundo a EIU.
Esta foi a primeira região do país onde foi descoberto petróleo, no ano de 1955, mas os trabalhos de exploração foram abandonados no início da década de 1970.
“O Executivo espera que, através da reactivação das actividades de exploração na região, se aproxime do seu objectivo de produção nacional de dois milhões de barris de petróleo por dia”, sublinha a EIU.
A zona está dividida em 23 blocos de 1.024 quilómetros quadrados cada, dos quais apenas um está concessionado – o “A”, entregue à companhia Total (49 por cento) e Sonangol (51 por cento).
Os economistas do centro de estudos britânico dizem que o leilão deve “atrair forte interesse”, devido à resposta positiva dada pelos investidores à ronda de licenciamento no mar realizada em Janeiro e a proximidade da zona a Luanda.
A Economist Intelligence Unit estima que graças ao início da produção de gás natural em Angola, o crescimento do Produto Interno Bruto angolano vai registar um “impulso significativo” em 2012, para próximo dos dois dígitos.
A produção de gás natural, após um investimento de nove mil milhões de dólares liderado pela Chevron e pela Sonangol, vai iniciar em Dezembro, “vários meses antes do previsto”, e a recente descida dos preços do combustível no principal mercado de exportação, os Estados Unidos da América, está a levar as petrolíferas a voltarem-se também para a Ásia.
Os economistas do Economist Intelligence Unit apontam para um crescimento do Produto Interno bruto de 9,9 por cento em 2012, equivalente a 3,8 pontos percentuais acima do previsto para este ano, após o que deve abrandar para 7,1 por cento em 2013 e 5,6 por cento em 2014.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Jornal de Angola