O acordo foi assinado na sexta-feira no Cairo e estabelece “os princípios da luta democrática para o período de transição” da Síria a um Estado democrático, afirma o CNCD em um comunicado. No texto, os opositores afirmam que o período de transição começará com a queda do regime do presidente sírio.
O CNS é formado por cerca de 200 membros, metade vivendo na Síria e outra metade no exterior. A coalizão reúne os mais importantes partidos da oposição, incluindo a Irmandade Muçulmana, outras correntes islâmicas, liberais e nacionalistas. Já o CNCD, criado em setembro passado, agrupa partidos de tendência nacionalista árabe, curdos, socialistas, marxistas e personalidades independentes.
Os dois grupos enfatizam a valorização da soberania síria, rejeitando “qualquer intervenção militar que atente contra a independência do país”. Para os opositores, é essencial proteger os civis por todos os meios legais e uma intervenção árabe não é considerada uma intervenção estrangeira. Esse detalhe acena com um sinal verde de uma participação mais incisiva da Liga Árabe no processo de destituição de al-Assad.
Em respeito à presença dos observadores da Liga Árabe, o Exército Sírio Livre declarou que todas as operações contra as forças de segurança de Bachar al-Assad foram suspensas durante a permanência do grupo no país. O cessa-fogo dos opositores só será suspenso em caso de legítima defesa.
Do lado do governo, o discurso também é o de acenar com uma trégua. Mas Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirma que, neste sábado, as forças do regime atiraram para dispersas milhares de manifestantes que se dirigiam para a Grandes Mesquita da capital Damasco para participar do funeral de vítimas das forças sírias que morreram na última quinta-feira.
Fonte: RFI
Foto: REUTERS/Handout