Os professores do ensino superior público em Angola decidiram retomar as aulas esta segunda-feira, 22, mas admitem voltar à greve, por tempo indeterminado, se, até ao dia 3 de Janeiro, de 2022, o Governo não honrar os compromissos que assumiu com os profissionais da classe.
A decisão foi tomada pela assembleia geral organizada, na última sexta-feira (19), pelo Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), cerca de duas semanas depois da suspensão das aulas em todas as universidades públicas do país.
Para o secretário-geral do sindicato, Eduardo Peres Alberto, o Governo prometeu satisfazer a maioria das reivindicações durante o próximo mês de Dezembro, com destaque para o início das eleições para a escolha dos gestores nas unidades orgânicas, a partir do dia 14.
O sindicalista diz, entretanto, que os professores concluíram que “o Governo promete muito e cumpre pouco, daí a decisão dos professores de interpolar a greve”.
A organização sindical assinou na passada quarta-feira, 17, um “memorando de entendimento” com os ministérios das Finanças, do Ensino Superior e do Trabalho e Segurança Social que visa satisfazer as oito reivindicações da classe.
Na altura, o secretário-geral do Sindicato, Peres Alberto, há havia avisado que qualquer incumprimento nas promessas da entidade patronal seria “motivo de greve” e que a interpolação de greves seria a decisão mais acertada dos professores.
Com base nos entendimentos alcançados, o Governo prometeu elevar o salário do professor catedrático ao equivalente a cinco mil dólares e dois mil para o professor assistente estagiário.
Na actualidade, um professor catedrático tem um salário de 400 mil kwanzas, muito aquém dos 500 dólares americanos.
Entre outras reivindicações, os professores exigem o seguro de saúde, a melhoria das condições de trabalho, infra-estruturas para as instituições de ensino superior, a formação dos docentes e trabalhadores não docentes e um fundo de investigação científica e publicações.