A produção industrial do Brasil despencou 18,8% em abril na comparação com março, e 27,2% em relação ao mesmo mês de 2019, consequência do impacto das medidas de paralisação econômica adotadas contra a pandemia do novo coronavírus, de acordo com dados oficiais publicados nesta quarta-feira.
Este é um dos piores resultados desde o início da série histórica em 2002, anunciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em março, quando começaram a ser aplicadas as medidas de quarentena parcial nos estados, o índice recuou 9,1% na comparação com fevereiro.
Atualmente, todos os quadros comparativos apresentam resultado negativo: no período janeiro-abril a queda em ritmo anual é de 8,2% e no acumulado de 12 meses o retrocesso é de 2,9%.
“O resultado de abril decorre, claramente, do número maior de paralisações das várias unidades produtivas, em diversos segmentos industriais, por conta da pandemia”, explicou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.
“Março já tinha apresentado resultado negativo. Agora, em abril, vemos um espalhamento, com quedas de magnitudes históricas, de dois dígitos, em todas as categorias econômicas e em 22 das 26 atividades pesquisadas”, completa.
O Brasil é o segundo país com o maior número de casos de COVID-19 e o quarto em número de mortes, mais de 31.000 até terça-feira.
Os números, no entanto, podem ser até 15 vezes superiores, devido à falta de testes em larga escala, afirmam especialistas.
A crise de saúde provocou grandes tensões entre os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro, favoráveis às medidas de isolamento social, e o presidente Jair Bolsonaro, que afirma estar preocupado com a economia.