Oposição boicotou por considerar ilegal a candidatura de Ouattara depois de dois mandatos.
Os primeiros resultados da eleição presidencial de sábado, 31, na Costa do Marfim apontam para a reeleição de Alassane Ouattara, que assim entra num terceiro mandato.
As eleições foram boicotadas pela oposição que pediu neste domingo, 1, uma “transição civil”.
A Comissão Eleitoral (CE), protegida por um fortedispositivo policial, iniciou neste domingo o anúncio dos primeiros resultados pela televisão.
Como era previsível, uma vez que a oposição boicotou o pleito, Ouattara, que disputa um terceiro mandato, será o vencedor das presidenciais, segundo os primeiros resultados.
Os primeiros número reflectem uma vitória clara do Presidente sobretudo no seu reduto, no norte do país, onde venceu na capital regional, Korhogo, com 98% dos votos e participação de 88% dos eleitores.
Os principais candidatos da oposição preferiram não fazer campanha, já que consideraram um “golpe de Estado eleitoral” que Ouattara disputasse um terceiro mandato, embora a Constituição marfinense só contemple dois.
Ouattara defendeu que, com a nova Constituição de 2016, ele tinha, até agora, completado um único mandato, o que lhe permitia concorrer agora.
“Os partidos e grupos políticos da oposição constataram o fim do mandato” de Ouattara e “pedem o início de uma transição civil para criar condições de eleições presidenciais justas, transparentes e inclusivas”, assegurou hoje em conferência de de imprensa, o ex-primeiro-ministro e candidato opositor Pascal Affi N’Guessan.
As eleições foram marcadas por assembleias de voto fechadas, roubos em lugares de votação, boletins de voto vandalizados e, pelo menos, duas pessoas morreram em confrontos no centro de Tiebissou e Oume.
Nos últimos meses, pelo menos 30 pessoas foram mortas em confrontos que reavivaram os temores de uma repetição da crise pós-eleitoral de 2010-2011, quando três mil pessoas morreram depois que o então Presidente Laurent Gbagbo se recusou a aceitar a derrota para Ouattara.
No sábado, os protestos degeneraram em confrontos entre comunidades étnicas que apoiam facções políticas rivais em Tiebissou, Oume, Yopougon, um distrito pobre de Abidjan, e na cidade de Gboguhe, no centro-oeste, segundo testemunhas.