Passaram esta sexta-feira, 6 de Agosto, dois anos após a assinatura do Acordo de Paz de Maputo. Um dos aspectos centrais era a desmobilização das milícias da Renamo, o que continua com lacunas.
Analistas de política ouvidos pela VOA, em Maputo, reconhecem lacunas na reintegração de homens da Renamo, mas mantem-se optimistas.
Job Fazenda é jurista nacional e diz que, apesar de não haver conclusão do processo da desmilitarização, há passos significativos que foram dados, que mostram que valeu a pena.
“Do meu ponto de vista, não houve ganhos nem perdas, há uma vontade política que está em curso, mas a verdade é que a situação situação não é tão fácil, muito menos para um país como o nosso” disse Carlos Jeque, jurista e ex-candidato presidencial.
Um dos cogumelos problemáticos do pós acordo de paz efectivo é o surgimento da Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, que recusa a autoridade do novo chefe da REnamo, Ossufo Momade.
Lourena Mazive, directora de Projectos no Instituto para Democracia Multipartidário, diz que “Nhongo, é um caso a parte”.
Consta que já foram desmobilizados mais de 2600 homens da Renamo, mas o líder deste partido critica a demora de enquadramento desses elementos nas esquadras.
Falando em Nampula, Momade, que assinou o acordo em 2019 com o presidente Filipe Nyusi, disse que a fragilização do processo “pode levar a consequências imprevisíveis”.
E para Roque Silva, secretário-geral da Frelimo, partido no poder, entrevistado pelo jornal O País “o processo de Desarmamento e de Reintegração dos homens residuais da Renamo está a acontecer com muita tranquilidade em toda extensão do país”.