Na capital angolana onde participou da Bienal de Luanda, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não pretendia imiscuir-se nos assuntos internos e eleitorais de Angola. Chefe de Estado teve encontro com João Lourenço.
O Presidente português afastou no último sábado (27.11) qualquer hipótese de interferir na vida política angolana, garantindo que a sua deslocação a Luanda naquele fim de semana em nada está relacionada com as presidenciais do próximo ano.
“Venho [a Luanda] convidado pelo Presidente da República de Angola e venho para uma reunião que é multilateral”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, minutos antes de seguir para a Bienal de Luanda 2021 – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.
O chefe de Estado português tinha sido questionado sobre se haveria encontros partidários, uma vez que a visita que realizava até o domingo que antecede os congressos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de 2 a 4 de Dezembro, e do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), entre 9 e 11 de Dezembro.
Encontro com João Lourenço
No programa do Presidente português estava um encontro com o homólogo angolano, João Lourenço. Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que “é possível que haja, no meio da reunião, oportunidade de trocar algumas impressões” sobre o sufrágio do próximo ano em Angola.
No entanto, “não é, propriamente, um encontro específico” e Marcelo Rebelo de Sousa recusou a “introdução de qualquer factor de discriminação em qualquer período eleitoral”.
“Não devo imiscuir-me na vida interna dos vários países”, sublinhou. “Não tenho agendado isso, porque pensei que isso seria uma forma de intervir num período que é um período longo, mas é, obviamente, pré-eleitoral.”