O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu aos novos prestadores de serviços cívicos que estejam atentos a tentativas de aliciamento e ajudem na reconstrução de infraestruturas danificadas durante ataques terroristas.
O apelo do chefe de Estado foi feito esta terça-feira (23.03), no distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, durante a cerimónia de encerramento do oitavo curso de prestadores de serviços cívicos de Moçambique.
Dos prestadores do serviço cívico, têm por objetivo de desenvolver atividades de caráter administrativo, assistencial, cultural e económico, em substituição do serviço militar, espera-se maior contribuição para o bem-estar do povo, aplicação de conhecimentos no interesse público, com destaque para a mitigação do sofrimento das populações em caso de desastres naturais, realização de atividades humanitárias, entre outros.
Durante o encerramento do curso de prestadores de serviços cívicos, Filipe Nyusichamou a atenção dos graduados para o empenho na reconstrução de infraestruturas danificadas pelos ataques dos terroristas e pelas calamidades que têm afetado o país.
“Participem em atividades concretas de assistência humanitária às populações deslocadas e vítimas de ataques terroristas, no quadro das intervenções dos órgãos competentes para a redução de riscos de desastres também”, apelou.
“Existem zonas onde naturalmente a população não se faz presente, mas há infraestruturas destruídas que devem ser reerguidas. Contamos com os prestadores de serviços cívicos porque estão preparados para suportar este tipo de missões”, frisou ainda Nusi.
Terrorismo no norte e ataques no centro
O curso de prestadores de serviços cívicos de Moçambique acontece numa altura em que o norte de Moçambique é palco de terrorismo e o centro alvo de ataques armados, protagonizados pela autoproclamada Junta Militar, grupo dissidente da RENAMO.
A esse respeito, o Presidente Nyusi instou os graduados a manterem-se firmes e atentos às tentativas de aliciamento e recrutamento. “Mantenham-se atentos às tentativas de aliciamento do inimigo para se juntarem às suas fileiras. E sejam conselheiros de outros jovens sobre o perigo de se deixarem levar pelos terroristas e por todos aqueles que querem destruir as conquistas do nosso povo moçambicano.”
O Presidente advertiu ainda que “nem sempre quem alicia são terroristas, mas há uns que querem manipular a mente da juventude e a estes também precisam de ter cuidado.”
O ministro da Defesa Nacional, Jaime Neto, indicou que a graduação deste grupo faz parte de um dos mandatos do seu pelouro no que diz respeito à formação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. “A fase seguinte consistirá na distribuição destes pelas diversas unidades produtivas dos serviços cívicos de Moçambique, assim como na formação em áreas profissionalizantes”, disse.