Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, aceitou demissão do presidente do INE, que colocou o lugar à disposição, na sequência da controvérsia sobre o recenseamento eleitoral.
A Presidência da República, numa nota à comunicação social, citada pela DW, referiu que Rosário Fernandes foi “exonerado” do cargo de presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), sem indicar as razões da decisão.
Na semana passada, o presidente do INE colocou o seu lugar à disposição, invocando “coerência e princípios”.
O INE contestou os dados dos órgãos eleitorais moçambicanos sobre o registo eleitoral na província de Gaza, sul do país, considerando que o apuramento obtido naquele círculo eleitoral só será possível com as projecções da população de 2040.
Disparidade entre os números
A situação levou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, a questionar publicamente, há uma semana, a disparidade entre os números do INE e das autoridades eleitorais.
“Porque é que as estatísticas da sede do ministério são diferentes do Instituto Nacional de Estatística?”, perguntou o chefe de Estado, durante a inauguração de novas instalações do Ministério da Economia e Finanças, em Maputo.
Filipe Nyusi respondeu à questão que colocou: “Significa que não há trabalho sério a ser feito. Falem antes de dizer o que é, não é cada um dizer-nos o que pensa ou o que quer”.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou em Junho ter recenseado 1,1 milhão de eleitores na província de Gaza, o que equivale a dizer que 80% da população é maior de 18 anos, quando os dados do INE indicam que ali existem 836 mil pessoas em idade eleitoral, ou seja, 329 mil a menos.
O círculo eleitoral da província de Gaza tem votado maioritariamente na Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder.
Moçambique terá a 15 de Outubro as sextas eleições gerais e multipartidárias da sua história.