O Presidente italiano Sergio Mattarella denunciou hoje o “ataque cobarde” que custou a vida ao seu embaixador na República Democrática do Congo, Luca Attanasio, ao soldado italiano Vittorio Iacovacci e ao seu motorista.
“A república italiana está de luto por estes servidores do Estado que perderam a vida no exercício das suas funções”, acrescentou Mattarella, lamentando o “ato de violência” perpetrado contra um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM) no leste da República Democrática do Congo.
Luca Attanasio, que desempenhava as funções de embaixador na República Democrática do Congo desde início de 2018, foi “baleado no abdómen” e transportado “em estado crítico” para um hospital em Goma, segundo disse à agência AFP uma fonte diplomática.
O exército congolês disse, entretanto, que “as Forças Armadas Congolesas estão a tentar descobrir quem são os agressores”.
A União Europeia já reagiu e está a seguir “de perto”, ao nível de chefes de diplomacia, as “terríveis notícias” do ataque que resultou na morte do embaixador italiano.
Durante a conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Eric Mamer, referiu que tinha acabado de tomar conhecimento das “terríveis notícias” e adiantou que o assunto está já a ser debatido pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que se encontram reunidos presencialmente em Bruxelas.
De acordo com uma porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa, o Alto-Representante da UE, Josep Borrell, deu conta do sucedido no Conselho de Negócios Estrangeiros que decorre neste momento em Bruxelas, e “apresenta as suas condolências à Itália, às Nações Unidas e às vítimas da violência no Congo”.
Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mostrou-se “chocado” com o ataque.
“Chocado pelo ataque a um comboio do PAM na República Democrática do Congo e pelas vidas perdidas, entre as quais a do embaixador de Itália e de um militar”, reagiu Charles Michel, através da sua conta oficial na rede social Twitter.
O ataque ao comboio do PAM teve lugar a norte de Goma, a capital da província do Kivu Norte, que tem sido flagelada pela violência de grupos armados há mais de 25 anos.
Esta região, que acolhe o Parque Nacional da Virunga, uma joia natural, turística e em perigo de extinção, é também o cenário de conflito no Kivu Norte, onde dezenas de grupos armados lutam pelo controlo da riqueza do solo e subsolo.
Criado em 1925, o Parque Nacional de Virunga é Património Mundial da UNESCO. Estende-se por 7.769 km2, desde Goma até ao território de Beni, entre montanhas e florestas.