Jovenel Moïse, o presidente do Haiti recentemente assassinado, foi nesta sexta-feira a enterrar. Medidas de segurança excepcionais foram tomadas no país das Caraíbas mergulhado na pobreza, corrupção e na instabilidade política.
Jovenel Moïse, assassinado no dia 7 de Julho de 2021, aos 53 anos, na sua residência de Port-au-Prince, foi a enterrar a 22 do mesmo mês em Cap-Haitien, sua cidade natal, no norte do Haiti.
O funeral decorreu esta manhã numa cerimónia que durou várias horas, transmitida por ecrãs para os parentes do defunto.
Para além da viúva de Moïse, assistiram a cerimónia, parentes do presidente assassinado, membros do governo e altos funcionários, bem como personalidades religiosas, representantes sindicais e da sociedade civil.
O funeral foi marcado um dia antes por protestos em Cap-Haitien contra a presença do comandante da Polícia Nacional do Haiti, Léon Charles. Charles tinha-se deslocado para a preparação da cerimónia.
O polícia foi criticado por não ter sabido proteger o chefe de Estado assassinado, assim como a sua esposa Martine Moïse, ferida no decurso do assassínio em que pereceu Jovenel Moïse.
Os haitianos expressaram o seu estado de choque perante o fracasso da guarda presidencial e de todos os elementos encarregados da protecção de Moïse, assassinado por um bando de mercenários, na sua maioria colombianos.
Durante a cerimónia, a cidade de Cap-Haitien registava um ambiente de calma, contrariamente ao dia anterior marcado por manifestações de protesto e por uma procissão depois da missa rezada em homenagem à Jovenel Moïse, na catedral de Notre-Dame de Cap-Haitien.
O caixão em que estava o corpo do presidente assassinado foi coberto coma bandeira nacional e escoltado no decurso da cerimónia por militares das Forças Armadas do Haiti.
Martine Moïse, viúva do chefe de Estado que foi a enterrar, participou no funeral com um braço em alça, devido aos ferimentos graves de que foi vítima durante o assassínio do seu esposo.
Representantes de delegações estrangeiras, do corpo diplomático, assim como membros do governo apresentaram as suas condolências a Senhora Moïse.
Segundo analistas locais, o assassínio de Jovenel Moïse reavivou as tensões entre o norte do Haiti e o oeste, região em que está situada a capital do país, Port-au-Prince.
Os Estados Unidos, país ao qual pertence a “empresa de segurança” que segundo as autoridades haitianas teria recrutado os mercenários que assassinaram Jovenel Moïse, designaram um emissário especial para o Haiti, que terá por missão ajudar o governo de união nacional haitiano chefiado Ariel Henry a organizar as eleições gerais antecipadas, previstas no próximo mês de Outubro.
No dia 22 de Julho de 2021, o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken reiterou o compromisso dos Estados Unidos em apoiar o povo haitiano, perante o difícil período que atravessa o país das Caraíbas.