O Presidente de Cabo Verde, José Neves, disse, esta quarta-feira, que apesar dos avanços registados em vários domínios, urge a necessidade de se empreender reformas profundas no seu país, que garantam respostas rápidas aos desafios socioeconómicos da actualidade.
Falando na abertura do I Congresso Internacional sobre Ciência, Inovação e Desenvolvimento na Lusofonia, frisou ter consciência de que só com a diversificação e a qualificação do processo produtivo, com mais eficiência e orientação para resultados, se conseguirá acelerar o passo e transformar o país.
“Para o nosso Arquipélago, esta coligação virtuosa com as Universidades reveste-se de uma importância evidente na resolução de muitos desafios próprios do desenvolvimento. Se apoderarmos de novos conhecimentos e novas tecnologias estaremos a potenciar o desenvolvimento económico. Este raciocínio está amparado em exemplos de países que cresceram graças à disseminação da ciência e da inovação”, frisou.
José Maria Neves defendeu a necessidade de se analisar a situação dos professores universitários, com destaque para o desenvolvimento da carreira baseada no mérito, sendo necessário criar-se as condições para que os professores universitários dediquem mais tempo à investigação.
Para si, não é concebível uma Universidade sem investigação, nem se conceber uma política de investigação sem investimento.
Referiu que o desenvolvimento só será alcançado se se erradicar a pobreza e se criar oportunidades partilhadas por todos, num país com economia de mercado, pujante e com vigor intelectual. “E, naturalmente, com Universidades que funcionam como centros de inovação, como é o mote deste Congresso”, disse.
O Chefe de Estado acrescentou que, para Cabo Verde, os benefícios do evento serão óbvios, com a investigação e a inovação a impactarem positivamente no uso sustentável de recursos escassos, na economia azul, na economia verde, na economia digital, no turismo, no incremento de energias renováveis.
Manifestou o seu entusiasmo e apoio a feliz iniciativa da realização do congresso, bem como a satisfação pelo facto de ser a cidade do Mindelo a escolhida para acolher o evento.
O Congresso, entre conferências e mesas redondas, vai abordar “Os Caminhos para uma investigação científica de qualidade na Lusofonia, promovendo o diálogo entre as universidades, o poder político e as empresas”, bem como a “Ciência, tecnologia e inovação nos países lusófonos: desafios e oportunidades no século XXI”.
O evento é destinado a investigadores, académicos, decisores, estudantes universitários e pós-graduados de todos os países lusófonos, que actuam nos seus países ou na diáspora. PA/VM