Adalberto Costa Júnior classificou de “decepção abrangente” o combate à corrupção João Lourenço
O presidente da UNITA defende a realização de eleições legislativas e presidenciais por forma a existir a separação de poderes entre o Chefe de Estado e a Assembleia Nacional.
A proposta de Adalberto Costa Júnior foi apresentada nas comemorações do 55o. aniversario da fundação do partido do ´galo negro` que decorreu no sábado, 13, na cidade do Uíge.
“Os angolanos têm o direito de elegerem directamente o seu Presidente da República, para que esse no exercício das suas funções se sinta responsabilizado pelo voto dos eleitores e aprenda a responder por ela, o Presidente da República de Angola não pode esconder-se na lista dos deputados, é preciso mudar este quadro, este é um desafio que a UNITA assume de trabalhar com a sociedade civil para que nas reformas do Estado que o nosso partido defende, os angolanos voltem a ter o direito de eleger o seu Presidente da República”, afirmou o líder da oposição.
Costa Júnior apontou outros desafios do seu partido que visam mudar o quadro da Comissão Nacional das Eleições (CNE), por alegadamente ser dirigido maioritariamente pelos membros do partido no poder.
“Com uma maioria de representantes pertencentes a um partido político, a administração eleitoral tem estado a favor desta maioria, CNE tem fugido à livre eleição e a transparência do voto, acrescido hoje ao facto de que o juiz colocado na direcção da CNE, não tem idoneidade moral e ética para dirigir uma comissão de gestão tão importante dos processos eleitorais, onde se requer imparcialidade e compromisso com o interesse nacional”, apontou.
Quanto à gestão de João Lourenço, o cabeça de lista da UNITA nas próximas eleições de 2022 considerou ser “uma decepção abrangente” o combate à corrupção e a impunidade em Angola.
“Passados quatro anos a decepção é generalizada no nosso país, continuamos a ter a impunidade como uma das instituições mais forte do nosso país, onde os pequeninos pagam e os grandes são protegidos, o ladrão da galinha vai para a cadeia e o ladrão dos bilhões é protegido e está no gabinete do Presidente da República, essa é uma realidade objectiva do país que nós temos”, criticou Adalberto Costa Júnior que acusou os dirigentes do MPLA de desviarem o dinheiro do Estado para enriquecer os seus familiares durante os “quase 20 anos passados em tempo de paz, período de paz que os governantes mais roubaram, que mais desviaram para o benefício próprio o dinheiro que deveria servir para gerar emprego para jovens, dinheiro para construir mais escolas, mais hospitais com medicamentos e médicos bem preparados e termos mais professores qualificados para nossas escolas”.
O líder da UNITA chegou à província do Uíge, onde, entre outros encontros, reuniu-se com o governador José Carvalho da Rocha e com o bispo emérito da diocese do Uíge, Dom Francisco da Mata Morisca.