Um tanque arrombou as portas da sede do governo boliviano e invadiu o interior depois de o antigo comandante geral do exército boliviano, Juan José Zuñiga, ter ameaçado assumir o poder executivo.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, alertou na quarta-feira para o facto de estar a decorrer um destacamento “irregular” de tropas na capital boliviana, aumentando os receios de um possível golpe de Estado, depois de um tanque ter já arrombado as portas da sede do governo boliviano.
Arce apelou ao “respeito pela democracia” numa mensagem na sua conta do X, enquanto a televisão boliviana mostrava dois tanques e vários militares em frente ao palácio do governo.
O chefe do Estado-Maior do Exército, general Juan José Zúñiga, confirmou que houve um movimento de soldados uniformizados, e disse: “Estamos chateados com a afronta, já basta”. Sem dar mais pormenores, falou num canal de televisão local de “ataques à democracia”.
O ex-presidente boliviano Evo Morales, também em mensagem publicada no X, denunciou o movimento dos militares na Praça Murillo, em frente ao palácio, chamando-o de golpe “em formação”.
Entretanto, a ministra da Presidência da Bolívia, María Nela Prada, descreveu a entrada dos tanques na capital como uma tentativa de golpe de Estado e apelou aos bolivianos para “defenderem a democracia”.
UE e Sánchez apelam à ordem
O alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, reagiu às notícias declarando numa publicação no X que a União Europeia “condena qualquer tentativa de quebrar a ordem constitucional na Bolívia e derrubar governos democraticamente eleitos, e expressa a sua solidariedade com o governo e o povo bolivianos”.
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez também apelou ao “respeito pela democracia” numa mensagem publicada no X.