O Presidente chinês, Xi Jinping, chega esta quarta-feira a Moscovo para uma visita à Rússia, onde participará no 23.º Fórum Económico Internacional e acertará estratégias com o seu parceiro internacional Vladimir Putin, face às crescentes tensões com os EUA.
Xi e Putin “vão actualizar e fortalecer as relações”, num momento em que a situação internacional apresenta “mudanças sem precedentes no espaço de um século” e sofre “grande impacto do unilateralismo”, disse o vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros Zhang Hanhui, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
Sem referir a guerra comercial entre a China e os EUA, Zhang sublinhou que as relações entre Pequim e Moscovo são cada vez mais “maduras, estáveis e fortes” e serão reforçadas nesta visita de três dias.
“Esta visita consolidará a base política das relações sino-russas, reafirmará o seu apoio mútuo em questões que envolvem as respectivas preocupações fundamentais e assegurará que as relações não serão afectadas por qualquer mudança na situação internacional”, acrescentou.
De acordo com o JN que cita a Lusa, especialistas preveem que Pequim e Moscovo continuarão a traçar estratégias comuns, sobre a Venezuela ou Coreia do Norte, enquanto a guerra comercial com Washington se agrava.
No entanto, Putin poderá também tentar explorar as disputas comerciais entre Pequim e Washington para melhorar a capacidade de manobra da Rússia nas relações com os dois países.
A Xinhua avançou que os dois chefes de Estado deverão assinar documentos de cooperação em áreas como agricultura, finanças, ciência e tecnologia e comércio eletrónico.
Os dois presidentes devem ainda discutir projetos de infraestrutura, como a ponte que ligará Heihe, cidade fronteiriça da província chinesa de Heilongjiang, com a cidade russa vizinha de Blagoveshchensk, permitindo triplicar o volume actual de carga naquela área.
Xi participará ainda num evento para celebrar o 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas e no 23.º Fórum Económico Internacional, em São Petersburgo, onde apresentará ideias para o “desenvolvimento sustentável, a defesa do multilateralismo e a melhoria da governação global para o desenvolvimento e a prosperidade”, segundo a Xinhua.