Para além do aumento do rombo financeiro da firma ferroviária da capital do País, o Caminho-de-Ferro-de-Luanda (CFL) encerrou o ano 2020 com registo contabilístico de dívida acumulada com três empresas de quase 1,6 mil milhões de kwanzas, correspondentes a 2,5 milhões de dólares, à taxa de câmbio média actual do BNA.
Caminho-de-Ferro-de-Luanda (CFL) contabilizou prejuízo financeiro de 358,8 milhões de kwanzas em 2020, o que representa um aumento de 20% nas perdas face aos 298,2 milhões Kz de resultados líquidos negativos de 2019, apontam dados do relatório e contas do exercício financeiro do ano passado, consultados pelo Novo Jornal.
O documento foi, entretanto, publicado sem o parecer do auditor independente, violando, assim, o que recomenda a Lei de Bases do Sector Empresarial Público (SEP).
Os gestores do CFL fundamentam o agravamento do rombo financeiro, em todas as suas actividades, com os condicionalismos obrigatórios causados pela Covid-19, que, inicialmente, apenas permitiam a prestação de serviços mínimos no sector público e não só.
“Não podemos deixar de referir que o colectivo de trabalhadores, apesar das dificuldades que a empresa atravessa a nível da via, materiais circulantes e peças sobressalentes, continua empenhado em manter de forma satisfatória a regularidade da circulação dos comboios”, descreve o Conselho de Administração do CFL na nota introdutora do relatório e contas.