Portugal anunciou um programa de formação de jovens moçambicanos e assistência humanitária em Cabo Delgado, como parte dos esforços para combater o terrorismo naquela província do norte de Moçambique.
O anúncio foi feito pelo embaixador de Portugal em Moçambique, Costa Moura, durante a Conferência de Diálogo para a Resolução do Conflito em Cabo Delgado, realizada em Maputo, com a participação de vários embaixadores e representantes de diversas organizações da sociedade civil.
“Nós estamos seriamente envolvidos num programa que vai abranger várias centenas na área de formação técnica de especialistas, incluindo torneiros mecânicos, entre muitas outras especialidades”, afirmou o diplomata.
O objectivo da conferência era discutir a situação em Cabo Delgado, sobretudo as formas de resolver o conflito e de prestar maior assistência às vítimas da violência, em particular os deslocados que se encontram em diversos centros de acolhimento.
Inclusão e vigilância
As várias intervenções feitas na conferência foram no sentido de se priorizar acções de desenvolvimento, a par da solução militar.
O director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, disse que as comunidades locais, sobretudo os jovens, não têm sido envolvidos em acções de desenvolvimento em Cabo Delgado.
Por outro lado, Dércio Alfazema, do Instituto para a Democracia Multipartidária, alerta para o risco de os insurgentes se infiltrarem nas comunidades, face à intensificação das operações militares.
“É necessário reforçar a vigilância”, disse Alfazema.