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Sábado, Novembro 23, 2024

Porto do Lobito: Viaturas desviadas “conduzem” a Polícia a actos de gestão danosa

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VOA | João Marcos

A apreensão de 45 viaturas do Porto do Lobito, na província de Benguela, em posse de pessoas estranhas à empresa, na última semana, começa a “destapar” outros casos de gestão danosa, quando o Serviço de Investigação Criminal (SIC) continua a tentar recuperar outros meios alegadamente desviados por ex-administradores.

Na empresa portuária, com uma nova direcção há quase dois anos, pede-se que as autoridades competentes olhem para a entrega, sem concurso público, de quatro rebocadores a uma entidade privada, a “Timoneiro”, que opera na área que mais factura.

De acordo com fonte ligada à investigação, outras viaturas, também luxuosas, terão sido levadas para longe da província de Benguela por familiares de ex-administradores, que responderão a processos por crime de peculato.

Prestes a avançar para o Ministério Público, a operação do SIC está na ordem do dia, mas existirão outros casos, para os quais o funcionário Ernesto Muabi, candidato a uma comissão sindical ad hoc em perspectiva, pede atenção.

“Há pessoas para as quais o Porto pagou fazendas, nós víamos geradores a saírem para estas mesmas fazendas. Afinal, vemos que a gestão era mesmo danosa. A empresa não tem uma viatura protocolar, mas há mais de 45, pagas com dinheiro do Estado, em posse de sobrinhos, filhos, primos, irmãs e cunhados de gestores do passado”, denuncia.

E foi nesse passado que Muabi, hoje satisfeito por sentir na sua empresa os ventos do combate à corrupção, quase perdeu a vida por ter feito denúncias.

“Nós vivemos situações dolorosas, quase entregámos a vida. Fomos raptados porque reivindicávamos a gestão danosa. Mas vemos que as coisas estão a mudar, a PGR e o SIC já estão a apurar os factos, estão atrás dos crimes”, lembra Muabi

Funcionários que não quiseram gravar entrevista juntam a estes dados a exploração dos rebocadores da empresa, entregues a um privado sem concurso público.

Entretanto, não há qualquer reacção do actual Conselho de Administração, presidido por Agostinho Felizardo, a propósito da apreensão das viaturas.

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