Camponeses estão marginalizados e expulsos das suas terras a favor de indivíduos ricos, dizem essas organizações
A associação Rede Terra apresentou públicamente um protesto junto da Assembleia Nacional, Presidência da República, Provedoria de Justiça e Igrejas do país onde pede que a administração do estado passe a tratar com mais dignidade milhares de pessoas em comunidades rurais espalhadas pelo território nacional.
A associação diz que essas comunidades têm sofrido de exclusão social e todo tipo de prejuízo em favor de uma minoria.
Num documento com 5 pontosentre os quais “queremos títulos de terras”, “o país não tem leis que regulem o poder das autoridades tradicionais e aindaa exigência de se titular os territórios.
A Rede Terra pede ainda a realização de um debate nacional sério e responsável sobre os territórios tradicionais.
Bernardo Castro, o responsável pela Rede Terra diz que há “famílias inteiras entregues à sua sorte, com empobrecimento crónico, permanente insegurança de posse”.
Castro disse tratarem-se de “territórios completamente esquecidos, ninguém fala delas, o sistema jurídico estadual contra um sistema jurídico tradicional,, questões de fundo a serem silenciadas, isto é perigoso para o desenvolvimento sustentável”.
Para Bernardo Castro “actualmente o inimigo número 1 da população é o próprio estado, pela violência das suas políticas que geram incertezas e muita vulnerabilidade”.
“Desenvolveram-se paradigmas entre o urbano e o rural onde o rural é tido como o subdesenvolvido, não civilizado”, disse acrescentando que são gerritórios que “desde a colonização estão entregues à sua sorte sem qualquer proteção”.
A SOS Habitat que trabalha com as comunidades diz comungar com a pressão da Rede Terra André Augusto dessa organização disse que “de um tempo a esta parte esta franja da sociedade tem estado a ser prejudicada por interesses de indivíduos com maiores posses”.
“Temos por exemplo a comunidade de Ijila Ngola em Kitexe no Uíge, onde um
empresário juntamente a administração local está a fazer tudo para despejar aquela comunidade”, contou.
“São cerca de 150 famílias em risco de perderem as suas habitações e terras de cultivo e o mesmo acontece no Huambo onde 5.000 famílias perderam as suas terras para dar lugar a centralidades e auto construções dirigidas”, relatou.