Jornal de Angola
O académico e engenheiro ambiental Isaac Sassoma defendeu, ontem, no município da Catumbela, província de Benguela, a responsabilização civil e criminal dos cidadãos que insistem em poluir o meio com resíduos perigosos.
Isaac Sassoma, que falava à Angop à margem da palestra sobre “Saneamento Básico, Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos”, lembrou que os resíduos perigosos, como o lixo hospitalar, óleos de motores, baterias, chapas de raio-X e lixo electrónico, em contacto com o meio ambiente, constituem um risco e um atentado à saúde pública.
Como exemplo, informou que se as estações de lavagem e parafinação de viaturas estiverem à beira de um rio podem contaminar a água para beber e irrigação dos campos agrícolas.
Alertou que a acumulação de resíduos sólidos provoca a emissão de odores nocivos, proliferação de insectos e roedores que podem transmitir doenças aos seres humanos.
O especialista ambiental salientou que a gestão correcta do lixo começa com o tratamento dos resíduos sólidos, sobretudo na recolha e separação do mesmo, criação de um ecocentro, bem como de uma unidade de tratamento para a reciclagem.
“As cidades mais limpas não são as que se varrem todos os dias, mas as que menos sujam”, disse o académico.
Isaac Sassoma pediu transparência e seriedade nos concursos em que são seleccionadas as empresas de recolha de resíduos sólidos.
Ao dissertar sobre “Estratégias de redução de riscos de inundação no município da Catumbela”, o segundo comandante provincial adjunto do Comando dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, intendente Júlio Tonecas defendeu a construção de uma bacia de retenção das águas pluviais.
Júlio Tonecas afirmou que as cheias e inundações acontecem sobretudo quando os solos estão saturados, por falta de vegetação e desassoreamento, crescimento populacional e construção ao nível das águas.
Exemplificou que o bairro da Tata sofreu com as chuvas do dia 16 de Março, em consequência de construções desordenadas em zonas de risco.
A palestra, promovida pela Administração Municipal da Catumbela, contou com a presença dos administradores comunais, directores municipais, autoridades tradicionais, efectivos da Polícia Nacional e estudantes.