A Polícia Nacional de Angola (PNA) nega ter havido movimentos de cães, cavalos e outros meios para garantir água no Lobito e Catumbela, após a greve na Empresa de Águas e Saneamento do Lobito (EASL), porque “não foram julgados necessários”, admitindo, entretanto, que procurou impedir o desligamento dos sistemas de abastecimento.
Em resposta à acusação de uso de força o Comando Provincial de Benguela disse em nota lida pelo seu porta-voz, Ernesto Chiwale, que três viaturas estiveram, na quarta-feira, dia em que foi decretada a paralisação, no centro de distribuição para as duas cidades, onde “os trabalhadores de forma massiva estavam concentrados reclamando os seus salários”.
O documento a que a VOA teve acesso indica que a presença policial visou impedir que os grevistas desligassem o bombeamento de água.
“Apesar de terem o direito de fazer greve, não se lhes dá o direito de importunar os trabalhadores que queiram labutar para garantir os serviços mínimos ou não se lhes dá o direito de paralisar o bombeamento de água às populações e instituições como hospitais, serviços prisionais e outros”, justifica a PN, lembrando que “estamos em pandemia da Covid-19, o reinício das aulas”.
De acordo com as denúncias de trabalhadores da EASL, chefes de departamentos que tentavam ligar os sistemas de produção e distribuição tinham a protecção de agentes da Polícia acompanhados por brigadas de cães e cavalos.
Entretanto, o Conselho de Administração agradece, em nota distribuída à imprensa, a “disponibilidade e o comprometimento” do Conselho de Direcção, que resultaram em pelo menos oito horas de trabalho dos sistemas de abastecimento.
O documento destaca o retorno às negociações com as comissões sindicais a expressa vontade para a solução do problema.
A greve, decretada para exigir o pagamento atempado dos salários, vai já no terceiro dia.