A Polícia Nacional alertou hoje, terça-feira, para a existência de redes de criminosos, no país, com realce para a província de Luanda, que pratica o tipo de burla denominado ” Burla a Sexta-feira”.
O porta-voz do Comando Geral da polícia, Comissário Aristófanes dos Santos, disse que os protagonistas destes actos, numa primeira fase, procedem abertura de uma conta bancária em bancos comerciais, com o propósito de obter os cheques.
“ Uma vez em posse destes cheques, normalmente aparecem devidamente bem trajados, com uma linguagem cuidada e de bom trato, a bordo de carros de luxo, deslocam-se a qualquer estabelecimento comercial, com realce para os de venda de viaturas, materiais de construção civil, bens alimentares, alegando serem proprietários de determinadas obras, fora da cidade de Luanda”, explicou.
Com os contactos conseguidos, solicitam ao estabelecimento comercial uma factura proforma, manifestando o seu interesse na obtenção de mercadorias.
De acordo com o oficial comissário, os elementos, uma vez em posse da factura, utilizam a caderneta de cheques preenchendo-o, fazendo parecer que pretende efectuar o pagamento por esta via. “Esta perspectiva de pagamento em cheques só é efectuada as sexta-feiras e normalmente em horários em que as instituições bancárias estão prestes a encerrar”.
Posteriormente, uma vez efectuado o depósito do cheque, os meliantes utilizam um terceiro elemento que lhes entrega o talão de depósito, no estabelecimento comercial, confirmando terem feito o pagamento da mercadoria e exigindo o levantamento da mesma”, explicou.
Acrescentou que em seguida utilizam veículos alugados com objectivo de efectuar a transportação da mercadoria, e também arrendam imóveis para a descarga da mercadoria e subalugam uma outra viatura que remove a mercadoria da primeira casa para destino incerto.
“ Já na segunda-feira, o dono da mercadoria desloca-se ao banco para a consulta, mas por regra o banco envia os supostos valores em cheques para área de compensação do Banco Nacional de Angola (BNA) e ai dá-se conta que o cheque não tem cobertura”, explicou.
Comissário Aristófanes dos Santos esclareceu, por outro lado, que os burladores não depositam normalmente os cheques nos balcões do banco de origem, no sentido de impossibilitar o sistema de comunicação e não serem detectados logo, numa primeira fase, se a conta tem ou não cobertura.
Por este facto, Aristófanes dos Santos aconselhou os cidadãos a não aceitarem pagamentos em cheques, principalmente a sexta-feira, sem antes certificar se os cheques têm ou não cobertura dos valores em causa.
Na sua opinião, a banca deve esclarecer melhor os seus clientes, uma vez que desde princípio do ano foram já registadas burla de somas avultadas em milhões de kwanzas em diversos estabelecimentos comerciais da cidade de Luanda e detidas algumas pessoas envolvidas nas burlas. (portalangop.co.ao)
