Jactos de água são lançados contra os manifestantes, que se recusavam a respeitar medidas para conter disseminação do coronavírus. Protesto reúne milhares de pessoas perto do Portão de Brandemburgo.
A polícia usou jactos de água para dispersar uma manifestação em Berlim contra as medidas restritivas impostas para conter a pandemia de covid-19, nesta quarta-feira (18/11), porque os manifestantes se recusavam a usar máscaras e manter distância entre si.
Pouco antes, a polícia havia ordenado a dispersão da aglomeração, que reuniu algumas milhares de pessoas nas proximidades do Portão de Brandemburgo, no centro da capital alemã, por causa do descumprimento das instruções sanitárias.
Diante do desrespeito à ordem de dispersão, a polícia usou jactos de água, o que é incomum em Berlim. Policiais e manifestantes entraram em confronto, e algumas pessoas foram detidas.
Milhares de pessoas se reuniram no centro de Berlim para protestar contra as medidas impostas para conter a pandemia de covid-19, enquanto os deputados votam um projecto de lei para reforçar a capacidade das autoridades de impor restrições.
Os protestos em frente ao Reichstag, o edifício que abriga o Parlamento alemão, haviam sido proibidos por questões de segurança, e foi erguido um cordão de isolamento numa ampla área que inclui vários prédios do governo alemão.
Como em outras manifestações do tipo, a desta quarta-feira reuniu um amplo espectro de participantes, desde a extrema direita até a extrema esquerda, incluindo também apoiantes de teorias da conspiração e pessoas que são contra vacinas.
Um manifestante segurava uma bandeira com uma foto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma imagem invocando a teoria da conspiração de direita QAnon.
Deputados do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) também participaram do protesto. Um deles, Hansjörg Müller, comparou a nova legislação à Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933, que na prática deu a Adolf Hitler o poder de promulgar leis sem aprovação parlamentar.
O ministro do Exterior, Heiko Maas, reagiu à comparação. “Todo mundo tem, claro, o direito a criticar as medidas, a nossa democracia vive da troca de opiniões diferentes. Mas quem relativiza ou banaliza o Holocausto não aprendeu nada com a nossa história”, afirmou.
A Alemanha, que foi elogiada pela forma como lidou com a primeira onda de covid-19, registrou recentemente um aumento acentuado do número de novas infecções e está agora num segundo confinamento parcial para tentar diminuir a propagação da doença. O país tem 833 mil casos registrados de coronavírus e mais de 13 mil mortes desde o início da pandemia.