No bairro Camoma, arredores da cidade de Malanje, vários cidadãos reclamam que pouco ou nada têm para alimentar as suas famílias.
Na circunscrição que congrega mais de 15 mil habitantes distribuídos por três zonas, há défice de água canalizada, existe uma escola do ensino primário pública, os serviços de saúde públicos estão noutros bairros e a degradação das vias de acesso é outro problema.
A viúva Maria Fernandes deplora a ausência de medidas para inverter a subida gradual dos preços dos produtos da cesta básica.
“Neste preciso momento as coisas estão muito caras. Eu dependo da praça e o dinheiro que tenho não chega para nada. O quilo de arroz é 500 kwanzas, o bidão de óleo 12.500, o quilo de fuba 200”, disse.
“Estamos a morrer com fome, estamos a sofrer muito mal”, admitiu.
Rosa Agostinho, 38 anos, apesar de dedicar parte do seu tempo ao campo disse que a seca destruiu parte da produção.
“As vezes que vou à lavra. Esse ano estou a cultivar mandioca, usse, mengueleca, kiabo”, disse..
A escassez de água potável contribui para o surgimento de várias patologias.
Imaculada Romão outra residente disse que “a vida aqui pai, está mesmo mal, nem temos água, estamos a passar mal”.
“Às vezes a água é no rio e o rio é muito distante”, disse, exemplificando que “só para tirar água aqui é 500 kwanzas, se você não tem estes 500 vais comprar comida ou vai comprar água?”
“O governo tem que ver a nossa situação”, acrescentou.