O primeiro-ministro do Canadá recusou hoje relacionar o terceiro cidadão do país detido na China aos dois casos anteriores, que terão servido de retaliação pela detenção da diretora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei, escreve o Sapo 24 que cita a Lusa.
Segundo a imprensa canadiana, a professora Sarah McIver é a terceira nacional detida pelas autoridades chinesas, numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, que deteve Meng Wanzhou, executiva da Huawei, a pedido dos Estados Unidos.
McIver trabalhava como professora no país asiático, antes de ser detida pela polícia, devido a irregularidades no seu visto.
Justin Trudeau considerou hoje, em conferência de imprensa, que o caso de Mclver “parece” ser diferente dos envolvendo o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor, que são acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”.
Trudeau afirmou que Otava tem evitado criticar publicamente a China, apesar de as detenções terem servido aparentemente como represália, para evitar agravar as tensões com Pequim.
“Por vezes, politizar ou amplificar o nível de discurso político pode parecer satisfatório a curto prazo, mas não contribuirá para o resultado que queremos, que é a segurança dos canadianos”, disse.
Canadá e China enfrentam um conflito diplomático desde a detenção, no início do mês, de Meng, quando fazia escala em Vancouver.
As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse Meng, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.
Uma lei federal norte-americana proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.
Na semana passada, e após advertirem Otava com “graves consequências”, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig e Michael Spavor.