O dirigente africano sublinhou que a Líbia “é um país de África e não se deve tentar isolá-la do continente ligando-a ao Médio Oriente, porque as consequências da sua crise vão repercutir-se primeiro nos países vizinhos”.
Jean Ping, que falava em conferência de imprensa conjunta com o homólogo da União Europeia, Durão Barroso, no termo da quinta reunião das Comissões das duas organizações continentais, lembrou que o roteiro de paz proposto pela UA preconiza a instauração na Líbia dum período de transição democrática com a participação do coronel Kadhafi.
O presidente da Comissão Europeia sublinhou o alto nível de convergência entre as Comissões da UA e da UE durante os trabalhos da reunião conjunta e indicou que as duas organizações vão trabalhar em conjunto para alcançar os seus objectivos.
“Vamos prosseguir em conjunto na luta contra a pobreza e contra a mudança climática, na realização dos objectivos de desenvolvimento do milénio e para a promoção da paz, segurança e dos direitos humanos”, afirmou, acrescentando que “o desenvolvimento e a democracia devem caminhar juntos”. O presidente da Comissão Europeia frisou que a UE não busca impor a África o seu modelo de integração política e económica, mas propõe-no como modelo para o desenvolvimento e a paz no continente africano.À margem da reunião da União Africana e da União Europeia, Jean Ping manteve encontros com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, com o Secretário-Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Andres Fogh Rasmussen, e com a Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança Comum, Catherine Ashton.
Solução política
A presidente do Brasil defendeu, na quinta-feira, uma solução política para pôr fim à crise na Líbia.
Durante uma conversa telefónica com o homólogo da África do Sul, Jacob Zuma, Dilma Roussef afirmou que os governos brasileiro e sul-africano, na qualidade de membros não-permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, devem buscar uma articulação política que possa colocar fim à crise política no país do Norte de África.
Os dois presidentes lamentaram o cenário de deterioração humanitária no país, condenaram os “impactos negativos” do conflito para a população civil e denunciaram que os ataques extrapolam a resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Fonte: Jornal de Angola