24 C
Loanda
Sábado, Novembro 23, 2024

PGR são-tomense diz que prisões e restrições de viagens de antigos ministros são ilegais

PARTILHAR

O Procurador Geral da República PGR) de São Tomé e Príncipe, considerou de ilegais a prisão do antigo ministro das Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos, e a decisão de impedir o antigo ministro das Obras Públicas e Infraestruturas, Carlos Vila Nova, de se ausentar o país, por parte da Polícia Judiciária (PJ), referiu hoje a VOA.

De acordo a VOA, numa declaração à Nação na sede da PGR nesta sexta-feira, 5, Kelve Carvalho acrescentou que esses actos ilegais são também violadores dos direitos fundamentais e não hesitou em afirmar que com esta atitude leva o país para um Estado Polícial

“O Ministério Público (MP) condena veementemente este modo de actuar da Polícia Judiciária e irá usar todas as suas prerrogativas para o controlo e restabelecimento da legalidade”, garantiu Carvalho, que acusa a polícia científica de usurpar os poderes do MP. .

“O titular exclusivo da ação penal é o Ministério Público, a Polícia Judiciária apenas coadjuva o Ministério Público nesta tarefa sempre sobre a sua superintendência e supervisão no decurso da instrução preparatória, judicialmente conformada, quando e só quando o Ministério Púbico delega essas competências”, acrescentou o PGR, que acusa a PJ de fazer “de lei suprema a letra morta”.

Klebe Carvalho vai mais longe e avisa que “a contaminação política dos processos judiciais e em sentido mais amplo de justiça é tão nefasta que pode levar, como a história mostra, ao declínio da independência do poder judicial”, reforçando que “a seperação do poder é a base da democracia e onde ela não existe, ocorrerá, mais tarde ou mais cedo, a tirania, asfixia, a ditadura.

Acções da PJ

Ontem, como a VOA noticiou, a PJ impediu o antigo ministro das Obras Públicas e Infraestruturas, Carlos Vila Nova, de sair do país, e o intimou a responder hoje ás autoridades.

Antes, o Tribunal da Primeira Instância tinha decretado a prisão preventiva de Américo Ramos, também ministro do anterior Governo, detido no dia anterior.

Ramos é acusado de crimes de natureza financeira.

Em causa estão dois contratos de empréstimo financeiro ao Estado aão-tomense no valor de 47 milhões de dólares assinados em 2015 e em 2016 pelo ex-ministro do Governo de Patrice Trovoada.

Trovoada arguido

Por outro lado, numa nota enviada ao Banco Central de São Tomé e Príncipe, em que solicita elementos para prosseguir investigações dos crimes alegadamente praticados por Américo Ramos, a PGR fez saber que o ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, ausente do país há cerca de cinco meses, também é arguido no mesmo processo relacionado com a assinatura de dois contratos de empréstimos financeiros ao Estado São-tomense no valor total de 47 milhões de dólares.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Ex-PGR lamenta escutas de quatro anos a João Galamba (a atual PGR acha normal e admite até mais tempo)

O ex-procurador-geral da República Cunha Rodrigues sublinha que "o país tem um problema com as escutas". Em entrevista à...

São Tomé acolhe conferência sobre mudanças inconstitucionais na África Central

Colocada sob o lema "quadros normativos e políticos para prevenir as mudanças inconstitucionais de governo e uma melhor gestão...

PGR angolana continua empenhada a recuperar ativos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana considerou esta sexta-feira (31.05) "frutífera" a ida do seu líder à Suíça em...

PGR de Angola em Genebra em “esforço” para recuperar ativos do Estado desviados por corrupção

O Procurador-Geral da República de Angola (PGR) encontra-se em Genebra, na Suíca, para tratar com as autoridades locais a...