Acção da PGR visou projetos imobiliários sob propriedade particular, mas construídos com fundos públicos. Casas de luxo localizadas em Benguela, Luanda e Malanje foram viabilizadas com recursos da Sonangol.
A Procuradoria-Geral da República de Angola apreendeu vários projetos imobiliários nas províncias de Benguela Luanda e Malanje, que – apesar de estarem sob posse privada – foram construídos com recursos da estatal petrolífera Sonangol.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (09.04) pelo Novo Jornal, que cita informações do porta-voz da PGR, Álvaro João.
Os projetos habitacionais nas três províncias estariam na posse das empresas Prumo – cujo beneficiário é Carlos Gil Cunha, ex-diretor da Cooperativa Cajueiro – e Rempros, cujo beneficiário é o antigo governador de Benguela, Isaac dos Anjos.
Dos Anjos é secretário para o setor produtivo do Presidente João Lourenço desde 2017, e a Rempros coordena o projeto Acácias Rubras. Benguela é uma das províncias angolanas com acentuado défice habitacional e onde muitas famílias sofrem acções de despejo.
Moradias de luxo
Outros projectos que foram alvo de apreensão foram nos bairros Golf II e Nova Vida, em Luanda. Somente o projeto Nova Vida III é constituído de 117 moradias e 39 edifícios com 468 aparamentos numa “região exclusivamente residencial com acesso privilegiado aos principais corredores de transporte da cidade de Luanda”, segunda informa o sítio da Prumo na internet.
Já o condomínio Ginguenga, no bairro Golf II, conta com 286 moradias e 30 blocos com 360 apartamentos. A construção está localizada no antigo campo do Ex-Petro e a “primeira fase do projeto previa a construção de 59 moradias de luxo, com área construída superior a 350 metros quadrados”, informa o site.
Outros imóveis luxuosos apreendidos pela PGR fazem parte dos condomínios Palanca Negra e Missongo, localizados em Malanje, que estavam congelados devido a um litígio entre a Sonangol e a Prumo.