O Presidente Donald Trump ordenou ao Pentágono a retirada de quase todas as tropas americanas da Somália, onde há 13 anos lutam contra a afiliada local da Al Qaeda, on al-Shabaab, disseram autoridades americanas.
Os cerca de 700 soldados estacionados na Somália devem ir para as bases no Quénia e no Djibouti e só entrarão na Somália para realizar missões de contraterrorismo mais curtas contra o al-Shabaab.
As mesmas fontes adiantaram que a medida deve entrar em vigor no início de 2021.
Em comunicado enviado ao Congresso nesta sexta-feira, 4, o Pentágono assegurou que, apesar da retirada, os objectivos dos EUA na Somália não mudaram.
“Continuaremos a destruir as organizações extremistas violentas que podem ameaçar a nossa pátria, ao mesmo tempo que garantimos a nossa posição de liderança estratégica”, lê-se no comunicado.
A pressão do Presidente Trump para reduzir as forças dos EUA em África tem enfrentado a oposição de legisladores de ambos os lados que defendem um envolvimento americano contínuo nas zonas de conflito no continente.
O representante democrata Anthony Brown, vice-presidente do Comité de Serviços Armados, questionou a importância desses movimentos durante a transição presidencial em Washington.
“Enfrentamos ameaças cada vez maiores à nossa segurança nacional durante este período”, disse Brown hoje em comunicado, no qual sublinha que “esta acção coloca os nossos soldados em risco, torna o nosso país menos seguro e ameaça a estabilidade de nossos parceiros na África”.
O Governo da Somália manifestou sempre a sua preocupação quanto a uma eventual saída das tropas americanas.
“O apoio militar dos Estados Unidos à Somália permitiu-nos combater com eficácia o al-Shabab e proteger o Corno da África”, escreveu o Presidente somali Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido por Farmaajo, no Twitter em outubro, acrescentando que “uma vitória nesta jornada e para a parceria Somali-EUA só pode ser alcançada através de uma segurança contínua e apoio ao fortalecimento das capacidades”.
Há algumas semanas, o Presidente Trump anunciou a retirada de 2.500 militares do Afeganistão e um contingente idêntico no Iraque no dia 15 de Janeiro, cinco dias antes de deixar o poder.