Secretário-geral eleito garantiu que encontro com Costa “foi uma boa conversa entre dois camaradas entre dois camaradas que se respeitam bastante”
Pedro Nuno Santos mostrou-se agradecido à saída da reunião com António Costa e garantiu que o encontro “foi uma boa conversa entre dois camaradas entre dois camaradas que se respeitam bastante”.
Aos jornalistas, depois do encontro, deixou claro que o partido continuará a contar com o oitavo secretário-geral até porque quer continuar a “beneficiar da sua inteligência e sagacidade política”.
“[Costa] É um líder do PS pelo qual nós temos grande orgulho, a quem estamos gratos, e queremos continuar a beneficiar da experiência, da inteligência e da sagacidade política. António Costa tem o seu espaço de possibilidades aberto e terá o PS ao seu lado. Espero que o país possa continuar a contar com Costa”, afirmou, acrescentando que, enquanto secretário-geral do PS, vai “querer várias vezes ouvir o António Costa, como é evidente”.
O secretário-geral eleito garantiu, no entanto, não ser “o candidato que a direita gostava que fosse”, acrescentando que o partido fará “um grande combate ao PSD”.
Deixando uma “mensagem de confiança”, Pedro Nuno Santos quis garantir aos portugueses que o trabalho que terão para os próximos meses serão o de “mobilizar o povo português para um projeto que é de continuidade, mas sobretudo de mudança, para resolvermos problemas que ainda persistem no nosso país”.
“Se alguma coisa que nos caracteriza é esta vontade de fazer, de concretizar, de não adiar, de não evitar tomar decisões, isso caracteriza-nos e nós vamos querer que seja uma marca da nossa candidatura e da governação do Partido Socialista. Não adiar sonhos, fazer avançar Portugal”, afirmou.
Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, com 24.080 votos, correspondentes a 62%, nas eleições diretas realizadas na sexta-feira e no sábado.
Na corrida à sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, deputado e ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, teve como adversários o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o dirigente socialista Daniel Adrião
José Luís Carneiro foi o segundo mais votado, com 36% dos votos, e Daniel Adrião ficou em terceiro lugar, com 1%, segundo dados oficiais.
Com um legado da conquista da maioria absoluta e após oito anos de governação do ainda primeiro-ministro, da qual fez parte, Pedro Nuno Santos tem agora o desafio de levar os socialistas a eleições antecipadas de 10 de março convocadas depois da demissão de António Costa na sequência de uma investigação judicial em que é visado.
António Costa era o oitavo secretário-geral socialista e foi eleito em novembro de 2014.
Por Andreia Miranda