Durante uma arruada em Aveiro, o líder da Aliança Democrática respondeu à afirmação de Ventura de que se o PS vencer as eleições há “forças vivas” que querem que a AD e o Chega se coliguem para governar. “Não participo no recreio”, contra-atacou Montenegro.
“Aqueles que passam a vida a falar de nós ou a falar de coisas que ninguém sabe de onde veem estão a dar um sinal aos eleitores que é ‘não contem connosco para resolver os problemas’”, respondeu esta terça-feira Luís Montenegro depois de André Ventura ter garantido que há históricos dentro do PSD a defender um governo da AD com o Chega.
A resposta de Montenegro surge depois de André Ventura ter insistido que, mesmo que o Partido Socialista consiga vencer as eleições, o Chega e a AD vão alinhar numa coligação para governar Portugal – uma tese em rota de colisão com a política de ‘não é não’ de Montenegro. Ventura sublinhou mesmo que há “forças vivas” dentro do partido que defendem esse entendimento.
Durante uma arruada no centro de Aveiro, Luís Montenegro abordou logo essa questão para destacar que o discurso de Ventura só lhe imputa mais responsabilidade. “Olhando hoje para o panorama político-partidário, o que nós vemos é muitos líderes políticos a falarem de coisas que não interessam às pessoas”.
Em função dessa atitude, Montenegro contra-atacou com aquilo que diz ser uma vasta migração de votos do Chega e do PS para a AD. “Eu hoje vejo que muitos eleitores potenciais do PS e do Chega estão a ingressar no apoio da AD porque veem que é aqui que podemos ter soluções para os problemas das pessoas”, argumentou, referindo que todos os dias ouve dezenas de testemunhos nesse sentido.
São, continua, “pessoas que até há pouco tempo estavam a pensar votar no Chega ou no Partido Socialista”, e isso é um sinal de que “esta candidatura não divide”. “Eu olho para estes factos e notícias e digo a mim próprio: ‘tens de ter ainda mais capacidade e sentido de responsabilidade, porque os agentes políticos não a dão’”.