Ao menos 16 pessoas morreram na passagem do ciclone Sitrang pelo sul de Bangladesh, onde um milhão de pessoas abandonaram suas casas nas regiões mais expostas, informaram as autoridades.
Muitas vítimas morreram na queda de árvores e duas faleceram no naufrágio de um barco no rio Jamuna, informou Jebun Nahar, alto funcionário do governo.
“Ainda não recebemos todos os relatos de danos provocados pelo ciclone”, completou.
O ciclone atingiu a ilha de Bhola às 21H00 de segunda-feira (12H00 de Brasília), antes de ser rebaixado para depressão na manhã de terça-feira e avançar para o estado de Meghalaya, nordeste da Índia.
Na região de Barisal, a mais afetada, as fortes chuvas e os ventos destruíram uma grande área de plantação.
No sul e sudoeste do país, as escolas permaneceram fechadas.
E na capital Dacca, que fica a centenas de quilômetros da área mais afetada pelo ciclone, o vento derrubou várias árvores.
Na segunda-feira, quase um milhão de pessoas receberam ordens para abandonar suas casas nas regiões costeiras, ilhas e áreas próximas a rios e seguiram para milhares de abrigos, anunciou o secretário do ministério da Gestão de Catástrofes, Kamrul Ahsan.
Na manhã desta terça-feira, muitos retornaram para suas casas, informou Ahsan.
Quase 10 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica em suas residências em 15 distritos costeiros do país.
Na ilha de Maheshkhali, sul de Bangladesh, o ciclone também derrubou árvores e provocou cortes de energia e das telecomunicações.
“A força do vento era tanta que não conseguimos dormir durante toda a noite, por medo de que nossas casas fossem destruídas”, disse Tahmidul Islam, morador de Maheshkhali, de 25 anos.
“Cobras entraram em muitas casas e várias residências ficaram inundadas”, acrescentou o jovem.
Na vizinha Índia, no estado de Bengala Ocidental, milhares de pessoas seguiram para centros de emergência na segunda-feira e foram autorizados a retornar para casa 24 horas depois.
Bangladesh, com uma população de 170 milhões de habitantes, é um dos países mais afetados pelos fenômenos meteorológicos extremos desde o início do século XXI, segundo a ONU.
De acordo com os cientistas, a mudança climática provavelmente tornará os ciclones mais intensos e mais frequentes nos países do sul da Ásia.
Os procedimentos de evacuação de áreas afetadas, no entanto, também melhoraram graças a previsões meteorológicas mais precisas.
Em 2020, o ciclone Amphan, o segundo “superciclone” mais forte da história do Golfo de Bengala, deixou mais de 100 mortos e milhares de desabrigados em Bangladesh e Índia.