O pontífice pediu que as pessoas olhem para si mesmas antes de apontar o erro do outro
Durante a Audiência Geral desta quarta-feira (3), o Papa Francisco destacou a importância de olhar dentro de si antes de apontar os erros do próximo. O pontífice disse que tem pessoas que “todos os dias criticam os outros”. O discurso fez parte da reflexão da série sobre a Carta de São Paulo aos Gálatas.
Segundo o Santo Padre, São Paulo exorta os cristãos a caminhar segundo o Espírito Santo e isso significa “deixar-se guiar” por Ele. E para isso é necessário dar lugar à graça e à caridade. “Ouçamos as suas palavras: ‘Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois animados pelo Espírito, admoestai-o com espírito de mansidão; e tu, tem cuidado ti mesmo, para não caíres também tu em tentação. Carregai os fardos uns dos outros’ (6, 1-2). Uma atitude muito diferente da tagarelice; não, isto não é segundo o Espírito! Segundo o Espírito, é ter esta doçura com o irmão para o corrigir e vigiar sobre nós mesmos com humildade, para que nós não caiamos naqueles pecados”, explicou o papa.
Francisco disse ainda que “quando somos tentados a julgar mal os outros, como frequentemente acontece, devemos primeiro refletir sobre a nossa fragilidade”. “Como é fácil criticar os outros! Mas há pessoas que parecem ter uma licenciatura em tagarelice. Todos os dias criticam os outros. Mas olha para ti mesmo! É bom perguntar-nos o que nos motiva a corrigir um irmão ou uma irmã, e se não somos, de alguma forma, corresponsáveis pelo seu erro. O Espírito Santo, além de nos doar a mansidão, convida-nos à solidariedade, a carregar os fardos dos outros. Quantos fardos há na vida de uma pessoa: a doença, a falta de trabalho, a solidão, a dor… E quantas outras provas que exigem a proximidade e o amor dos irmãos!”
“Podem-nos ajudar as palavras de Santo Agostinho, quando comenta este mesmo excerto: ‘Portanto, irmãos, se alguém for apanhado nalguma falha […] corrigi-o desta maneira, com mansidão. E se tu levantares a voz, ama interiormente. Se encorajares, se te mostrares paterno, se repreenderes, se fores severo, ama!’ (Sermões 163/B 3). Amai sempre! A regra suprema da correção fraterna é o amor: querer o bem dos nossos irmãos e irmãs. Trata-se de tolerar os problemas dos outros, os defeitos dos outros em silêncio na oração, e depois encontrar o modo correto de os ajudar a corrigir-se. E isto não é fácil! A maneira mais fácil é a tagarelice. Esfolar a outra pessoa como se eu fosse perfeito. E isto não deve ser feito. Mansidão. Paciência. Oração. Proximidade”, destacou o Santo Padre.