Os Estados Unidos são agora o maior fornecedor de petróleo bruto para a União Europeia. Anunciou a agência de estatística europeia EUROSTAT.
A Rússia era até recentemente o principal fornecedor de petróleo do bloco, respondendo por 31% do total das importações até o final de janeiro de 2022, segundo a Eurostat. Os EUA, por sua vez, ficaram distantes em segundo lugar, com no máximo 13% de participação.
Mas a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro do ano passado levou a uma reviravolta no fornecimento de energia da Europa.
Desde o início de 2022, a importação de petróleo bruto para a UE sofreu alterações significativas. Até ao final de janeiro de 2022, antes da eclosão da guerra na Ucránia, as importações provenientes de várias origens mantiveram-se relativamente estáveis, sendo a Rússia a principal fonte de importações de petróleo bruto.
Entre o último trimestre de 2021 e janeiro de 2022, as importações provenientes da Rússia variaram entre 39 657 mil barris e 49 698 mil barris, representando 24 % a 31 % do total das importações da UE. Os Estados Unidos eram o segundo maior fornecedor de petróleo bruto da UE, fornecendo entre 19 115 mil barris e 20 751 mil barris, representando 10 % a 13 % do total das importações de petróleo bruto. A Noruega e o Cazaquistão também forneceram quantidades semelhantes de petróleo bruto, variando entre 8 % e 14 % do total das importações, enquanto as importações provenientes do Iraque foram ligeiramente inferiores, variando entre 7 % e 12 %. As importações provenientes da Líbia e do Reino Unido representaram cerca de 5 % do total das importações.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 teve um impacto significativo na importação de petróleo bruto para a UE. A situação foi muito instável de fevereiro a abril, com grandes importações provenientes da Rússia em fevereiro e abril (63 859 mil barris e 58 976 mil barris, respetivamente, representando 33 % e 30 % do total das importações) e baixas importações em março (31 820 mil barris, representando 18 % do total das importações).
Em maio de 2022, as importações provenientes da Rússia diminuíram para 24 162 mil barris (12 % do total das importações) e permaneceram relativamente estáveis até setembro de 2022. A partir de setembro, as importações diminuíram gradualmente, atingindo 7 645 mil barris (4 % do total das importações) em dezembro de 2022 (o sexto pacote de sanções da UE contra a Rússia, adotado pelo Conselho em junho, consistiu na proibição de importação de petróleo bruto marítimo russo a partir de 5 de dezembro de 2022).
A diminuição das importações provenientes da Rússia foi compensada por um aumento das importações provenientes de outras fontes. Em dezembro de 2022, os maiores fornecedores de petróleo bruto foram os Estados Unidos, com 34 483 mil barris (18 % do total das importações), +6 pontos percentuais (pp) em relação ao último trimestre de 2021, e a Noruega, com 32 899 mil barris (17 % do total das importações), um aumento de 7 pontos percentuais.
As importações provenientes da Líbia e do Reino Unido aumentaram alguns pontos percentuais (+2 p.p. e +4 pontos percentuais, respetivamente). As importações provenientes do Cazaquistão e do Iraque mantiveram-se a níveis semelhantes ou aumentaram ligeiramente em comparação com o último trimestre anterior à guerra.
Os maiores fornecedores de petróleo bruto da UE são agora os Estados Unidos, a Noruega e o Cazaquistão, o que demonstra que a UE conseguiu adaptar-se no espaço curto de um ano à evolução do mercado do petróleo e praticamente eliminar a sua dependência em relação ao petróleo russo.