O Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento (MNSCPDD) condenou “sem reservas” as intervenções públicas que, ao seu entender, visam apelar a “violência e incentivar a interferência das Forças de Defesa e Segurança na resolução de diferendos políticos.
De acordo com a VOA, em comunicado emitido nesta segunda-feira, 27, em Bissau, a organização exortou os dirigentes políticos da maioria parlamentar – sob o acordo de incidência parlamentar, PAIGC, APU-PDGB, UM e PND – e os outros actores a absterem-se de discursos políticos “incendiários, capazes de comprometer a paz e tranquilidade de que o país tanto necessita”.
“As declarações públicas proferidas, no último sábado, pelos líderes da maioria parlamentar, em que solicitaram as Forças Armadas para “abrir alas”, com vista a “penetração no Palácio da República” e demais outros feitos neste mesmo dia”, incentivam a violência e a interferência das Forças Armadas nos assuntos políticos e põem em causa a missão apartidária e republicana das Forças Armadas”, lê-se no documento assinado por Fodé Caramba Sanhã, presidente do Movimento.
O MNSCPDD encoraja, por conseguinte, as Forças de Defesa e Segurança a manterem-se equidistantes das disputas político-partidárias, cumprindo “rigorosamente” a sua missão republicana de defender a integridade territorial da Guiné-Bissau.
No que concerne ao impasse político no Parlamento, o Movimento apelou os partidos políticos com assento parlamentar a encetarem o diálogo político “sério e construtivo”, com a finalidade de ultrapassar o “impasse” reinante na Assembleia Nacional Popular (ANP), e consequentemente, concluir o processo de eleição dos restantes membros da mesa daquele órgão de soberania, exortando, também, a classe política a adoptar a “moderação e contenção” como forma de reivindicar os seus legítimos direitos
Por outro lado, o Movimento Nacional da Sociedade Civil Para Paz, Democracia e Desenvolvimento apelou ao Presidente da República, José Mário Vaz, a utilizar os seus poderes constitucionais, com vista a nomeação, com maior brevidade possível, de novo Governo, em consequência dos resultados eleitorais.
Ao Governo, o movimento da Sociedade Civil exige que dialogue com as centrais sindicais, de forma a encontrar soluções para colocar fim às sucessivas ondas de greve na administração pública guineense.
O comunicado também aborda a carga policial desta segunda-feira contra os alunos que exigiam o fim de greve nas escolas públicas.
O MNSCPDD manifesta o seu “repúdio” pela forma como as autoridades policiais impediram a realização de marcha pacifica dos estudantes em pleno gozo dos direitos cívicos.