O pico da demanda por petróleo não está no horizonte, disse o secretário-geral da OPEP, Haitham Al Ghais, na quinta-feira, criticando a previsão da Agência Internacional de Energia de que a demanda global por petróleo atingirá o pico antes de 2030.
Alguns cenários de emissões líquidas zero sugerem que o petróleo não deve fazer parte de um futuro energético sustentável, escreveu Al Ghais numa coluna para o EA Forum.
“Esta narrativa foi repetida ontem, quando a AIE publicou o seu relatório Petróleo 2024, no qual afirmou mais uma vez que a procura de petróleo atingiria o pico antes de 2030”, disse ele.
“É um comentário perigoso, especialmente para os consumidores, e só levará à volatilidade energética numa escala potencialmente sem precedentes.”
No seu relatório de quarta-feira, a AIE afirmou que o crescimento da procura de petróleo deverá abrandar nos próximos anos e que a procura global atingirá o pico em 2029, enquanto o aumento da produção conduzirá a um grande excesso nesta década.
A procura mundial de petróleo está a ser atenuada pela transição para energias limpas, afirma a AIE, que tem sido uma forte defensora de uma transição energética mais rápida nos últimos anos.
Todos os cenários anteriores de pico de demanda foram provados errados, disse o principal funcionário da OPEP na sua coluna.
“A AIE sugeriu que a procura de gasolina atingiu o pico em 2019, mas o consumo de gasolina atingiu níveis recordes em 2023 e, de facto, continua a aumentar este ano”, escreveu ele.
“É claro que todos queremos reduzir as emissões, mas, ao mesmo tempo, todos precisamos de fornecimentos de energia amplos, fiáveis e acessíveis. Os dois não podem ser dissociados.”
Bilhões de pessoas ainda não tiveram acesso à energia, enquanto a procura de petróleo continua a aumentar, disse Al Ghais.
O responsável criticou o cenário da AIE de pico da procura de petróleo antes de 2030, dizendo: “Este é um cenário irrealista, que teria um impacto negativo nas economias de todo o mundo”.
“É simplesmente uma continuação da narrativa anti-petróleo da AIE. Dadas as tendências reais que vemos hoje, não prevemos um pico de procura de petróleo no final da década”, afirmou o secretário-geral da OPEP.