25.8 C
Loanda
Terça-feira, Novembro 26, 2024

ONU avisa: o Kenneth “ameaça uma área onde a população não está acostumada a ciclones”

PARTILHAR

DN|Lusa

As últimas previsões meteorológicas apontam para um agravamento da velocidade do vento e da intensidade da chuva, à medida que o ciclone avança sobre o mar.

As Nações Unidas preveem um agravamento do ciclone Kenneth, que se dirige para o norte de Moçambique, zona que não está acostumada a tempestades tão fortes, anunciou hoje em comunicado.

A intempérie “ameaça uma área onde a população não está acostumada a ciclones”, referiu o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

Filipe Lúcio, diretor do escritório sobre o quadro Global para os Serviços Climáticos da Organização Meteorológica Mundial, afirmou que este evento “não se compara ao ciclone Idai”, mas vai trazer ventos fortes.

Este deverá ser o terceiro ciclone a formar-se na zona norte do Canal de Moçambique, no oceano Índico, desde que há registos por satélite, de acordo com a agência de meteorologia francesa Meteo France citada pelo OCHA: os outros dois, Elinah em 1983 e Doloresse em 1996, não tocaram a costa africana.

A tempestade atual chegou à categoria de ciclone tropical na terça-feira no oceano Índico, prevendo-se que atinja a costa de Cabo Delgado na quinta-feira ao fim do dia.

As últimas previsões meteorológicas, divulgadas hoje, apontam para um agravamento da velocidade do vento e da intensidade da chuva, à medida que o ciclone avança sobre o mar.

Durante a madrugada, poderá evoluir para um ciclone de categoria três (numa escala de um a cinco) com ventos entre 178 e 208 quilómetros por hora, de acordo com o prognóstico do Centro Comum de Investigação da União Europeia, divulgado pelo Programa Alimentar Mundial.

A mesma previsão aponta para a entrada em terra a partir das 18:00 locais de quinta-feira (menos uma hora em Lisboa), baixando para categoria dois, ainda assim com grande potencial de destruição.

Depois de chegar ao continente, “espera-se que o ciclone enfraqueça rapidamente e que até se dissipe”, mas há “alto risco de uma subida veloz dos caudais dos rios”, causando cheias nalguns locais.

Esta é o segundo ciclone a atingir Moçambique em menos de dois meses, depois de o ciclone Idai, classificado como um dos desastres naturais mais graves de sempre no hemisfério sul, ter provocado 603 mortos e ter afetado 1,5 milhões de pessoas no centro do país em março.

As autoridades moçambicanas emitiram hoje um alerta vermelho para a província de Cabo Delgado, ordenando a evacuação de zonas de cheias e povoações costeiras, e o Ministério da Educação de Moçambique anunciou a interrupção das aulas na região até segunda-feira.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Botswana e Moçambique duas visões opostas da África Austral

Estes últimos dias, ocorreu uma história de duas transições na África Austral. Primeiro as boas notícias. O Botswana, com...

Vários mortos nas manifestações em Moçambique

Várias cidades de Moçambique foram este sábado (02.11) palco de protestos contra os resultados eleitorais. Há registo de, pelo...

Tensão política em Moçambique atinge ponto crítico após eleições contestadas

Os moçambicanos preparam-se para mais turbulência política na sequência do apelo do líder da oposição, Mondlane, para uma semana...

Crise política agrava-se em Moçambique com manifestantes e jornalistas atacados esta manhã em Maputo pela polícia

A Polícia moçambicana dispersou esta manhã, 21 de outubro, uma manifestação no centro de Maputo, convocada pelo candidato presidencial...