A Organização Human Rigths Watch denuncia a postura da polícia angolana nas manifestações em Angola e defende que executivo liderado pelo Presidente João Lourenço “deve tomar medidas concretas contra aqueles que cometem abusos contra os manifestantes pacíficos”.
Em comunicado, a Human Rigths Watch critica a postura da polícia angolana nas manifestações para denunciam a pobreza no país, pedindo uma investigação aos alegados tiros da polícia contra os manifestantes.
A analista sénior da Human Rights Watch para África, Zenaida Machada considera que “os disparos da polícia contra os manifestantes pacíficos são vergonhosos e criminosos”. A analista defende que o executivo angolano “deve investigar minuciosamente o uso de força letal desnecessária pela polícia e responsabilizar os culpados”.
A Human Rigths Watch denuncia o usa de balas reais, gás lacrimogéneo e cães para dispersar os manifestantes e acusa a polícia de ter espancado dois activistas, Nito Alves e Laurinda Gouveia e deteve arbitrariamente Luaty Beirão.
No protesto pacífico contra o governo de João Lourenço uma pessoa perdeu a vida. A informação foi avançada pelo chefe da equipa do banco de urgência do Hospital Américo Boavida, Augusto Manuel. O jovem de 26 anos, estudante universitário, deu entrada na unidade hospitalar ao início da tarde de quarta-feira, depois de ter ficado ferido na tentativa de manifestação para exigir melhores condições de vida e a realização das primeiras eleições autárquicas.
O paciente, Inocêncio de Matos, foi levado pela polícia ao hospital. Em declarações à Televisão Pública de Angola, o médico disse que o jovem teria sido atingido “com um objecto contundente” que lhe provocou um trauma na cabeça, “com sangramento activo e exposição da massa cerebral”. O jovem foi levado para o bloco operatório, em estado inconsciente, mas após quatro horas veio a morrer.
O advogado Zola Bambi afirmou que vai prestar apoio judiciário à família do jovem morto no protesto pacífico, admitindo avançar com processos criminal e cível contra o Estado e a polícia angolana.
O porta-voz do comando provincial de Luanda da polícia negou, esta sexta-feira, qualquer responsabilidade dos agentes na morte de um jovem durante a manifestação de quarta-feira passada na capital angolana, reiterando que a actuação policial foi “legal e legítima”.
Zenaida Machado diz que as autoridades angolanas não se devem refugiar nas medidas contra a covid-19 para justificar o policiamento excessivo e a repressão violenta de protestos pacíficos.
A analista da Human Rigths Wacth defende que o governo liderado pelo Presidente João Lourenço deve responsabilizar aqueles que cometeram abusos contra os manifestantes.