A Organização Mundial da Saúde considera que a vacinação obrigatória contra a Covid-19 deve ser adoptada apenas como último recurso.
O director da OMS para a Europa, Hans Kluge, defendeu, esta terça-feira, que é necessário reforçar a sensibilização da população para a importância da inoculação com a vacina contra o novo coronavírus.
“A obrigatoriedade em relação à vacinação é um último recurso absoluto e apenas aplicável quando todas as opções viáveis para melhorar as taxas de vacinação tiverem sido esgotadas. O efeito que a obrigatoriedade de vacinação teria na confiança do público, bem como na aceitação da vacinação deve ser tido em consideração”.
Perante a evolução da pandemia, Hans Kluge apelou, ainda, a uma maior protecção das crianças entre os 5 e os 14 anos, actualmente a faixa mais afectada.
“A vacinação das crianças deve ser discutida e considerada nacionalmente, como parte das medidas de protecção escolar. A vacinação de crianças mais novas não só reduz o seu papel na transmissão da Covid-19, mas também as protege da gravidade pediátrica, quer associada à Covid Longa ou à síndrome inflamatória multissistémica”.
A Organização Mundial da Saúde está preocupada com o avanço da variante Ómicron e reforçou a importância da vacinação e da aplicação de medidas como o uso de máscaras, a ventilação de espaços fechados e a testagem.
Portugal anunciou esta terça-feira que vai avançar com a vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos. A decisão da Direcção-geral da Saúde surgiu após ser conhecida a recomendação positiva da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19. Segundo o comunicado da DGS, a prioridade será dada a crianças com doenças crónicas.
No final desta semana, a equipa liderada por Graça Freitas e o Núcleo de Coordenação de apoio ao Ministério da Saúde vão prestar mais esclarecimentos técnicos e anunciar o calendário de vacinação e respetiva logística.