Uma fonte de defesa ucraniana confirmou que o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) foi o cérebro por trás das explosões que abalaram duas ligações ferroviárias numa rota estratégica na Sibéria esta semana.
Esta operação, se confirmada, mostra como Kiev se tem focado em causar constrangimentos à logística russa a milhares de quilómetros de distância do epicentro do conflito ucraniano. A primeira detonação ocorreu na quarta-feira, no trajecto Baikal-Amur, especificamente no túnel Bessolov Severomuyskiy na região da Buriácia, na fronteira com a Mongólia.
Com o tráfego de comboios desviado devido ao incidente, os agentes do SBU atingiram um segundo comboio na quinta-feira, enquanto este atravessava a chamada Ponte do Diabo, nas proximidades do primeiro ataque.
As explosões, atribuídas a “dispositivos explosivos”, foram uma jogada estratégica para incapacitar esta via férrea crucial, segundo a mesma fonte. “Os russos caíram na armadilha do SBU não uma, mas duas vezes”, afirmou esta fonte do SBU, descrevendo os ataques como uma “operação especial para desativar esta importante ferrovia”.
Canais russos no Telegram noticiaram incêndios em dois comboios na área, com vídeos a revelarem comboios em chamas ao longo de uma linha férrea, embora não esteja imediatamente claro a qual incidente os vídeos correspondem.
A Rússia, por sua vez, ainda não classificou a explosão de quarta-feira como um ataque nem acusou a Ucrânia pelo que até agora descreveu como “um incêndio num comboio de carga”.
O serviço ucraniano enfatizou que os russos utilizam a ferrovia para “logística militar”, descrevendo a rota como “a única grande conexão ferroviária entre a Rússia e a China”. Os comboios visados estariam a transportar combustível.
Analistas ucranianos apontam que a rota é vital para as entregas russas provenientes da Coreia do Norte e da China. Oficialmente, a Ucrânia não assumiu responsabilidade pelos ataques, e o SBU não comentou oficialmente. A CNN não pôde confirmar independentemente as explosões.