O Ocidente está muito preocupado com o golpe militar que ocorreu na semana passada no Níger, temendo que o país possa mudar de aliado.
O golpe militar no Níger provocou receios de que o país, um importante aliado do Ocidente na luta contra grupos jihadistas na África Ocidental, possa virar-se para a Rússia.
A deposição do presidente eleito democraticamente, Mohammed Bazoum, foi amplamente condenada pela União Europeia, Estados Unidos e África.
O Internacional Crisis Group diz que, embora o Níger seja primordial para os esforços de segurança ocidentais na região, é muito cedo para dizer se pode recorrer à Rússia ou ao Grupo Wagner.
“Sabemos que o grupo Wagner está interessado em desenvolver a sua capacidade na África Ocidental. Prevemos também que dentro do novo regime militar, caso se mantenham no poder, procurem outros aliados e podem ser tentados a estabelecer relações com a Rússia. É possível que haja uma mudança de aliança e que a Rússia possa desenvolver a sua capacidade através do grupo Wagner na região. Mas agora é uma espécie de bandeira vermelha que é muito conveniente usar para estar numa posição mais forte quando se negoceia”, afirma Jean-Herve Jezequel, diretor do Projeto Sahel no grupo de reflexão Internacional Crisis Group.
Também há preocupações sobre o impacto potencial do golpe na importação de urânio para manter em atividade as centrais nucleares europeias.