O Programa de Apoio ao Crédito (PAC), o primeiro instrumento financeiro do PRODESI, não aprovou, nem financiou qualquer projecto empresarial este ano.
O Ministério da Economia e Planeamento (MEP) admite atrasos na concessão de crédito através desta linha de financiamento que, entre Janeiro e Abril de 2021, já recebeu 38 propostas, mas que ainda não disponibilizou nenhum valor para as empresas que apresentaram as suas propostas de financiamento.
As estatísticas do MEP indicam que, no ano passado, o PAC financiou 19 projectos, de um total de 519, avaliados em 37,5 mil milhões Kz. Para o investigador da Universidade Agostinho Neto, Fernandes Wanda, a justificação é a falta de disponibilidade financeira, por parte do Estado, quanto tinha no passado, agravada com a crise financeira e com a pandemia da Covid-19.
Entende, no entanto, que nesta altura compete ao Estado mobilizar o sector empresarial privado, quando se sabe que “existe capital dormente de angolanos, muitos deles ligados ao partido governante, em Angola e no estrangeiro”, pelo que é imperioso o Estado delinear uma estratégia para que este capital possa ser reinvestido no sector produtivo, o que passa por um “diálogo entre a actual liderança e os detentores dessas fortunas”.
Fernandes Wanda reconhece que é preciso apostar na produção de cereais, mas alerta ser imperioso criar incentivos para que surjam investimentos complementares.