Sem grande surpresa, mas com grande consenso, o Parlamento Europeu homenageia um país que resiste a um invasor.
“Caros colegas, é meu privilégio anunciar que o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento de 2022 foi atribuído ao corajoso povo da Ucrânia, representado pelo seu presidente, líderes eleitos e sociedade civil”, anunciou Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, esta quarta-feira, no hemiciclo em Estrasburgo (França).
As bancadas de centro-esquerda, centro-direita e liberal, que agrupam uma grande maioria de europdeputados, estiveram unidas nesta nomeação. Os outros dois finalistas eram o denunciante Julian Assange (pelos conservadores) e a Comissão da Verdade da Colômbia (pela esquerda radical).
Desde 24 de fevereiro que a Ucrânia é o palco onde uma potência nuclear, a Rússia, tenta redesenhar as fronteiras na Europa, muitas vezes recorrendo a atos que são considerados crimes de guerra.
No Twitter, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu, escrevendo: “Os ucranianos demonstram, diariamente, a dedicação aos valores da liberdade e da democracia no campo de batalha contra o Estado terrorista da Federação Russa. Neste caminho, o apoio das nações da União Europeia é muito importante para a Ucrânia”.
Alguns parlamentares repetem o mantra do presidente ucraniano o de que o país está a defender algo mais do que a sua própria integridade.
“Penso que o prémio coloca esta luta do povo ucraniano na categoria certa. Não é apenas uma luta contra um agressor, não é apenas uma luta contra a Rússia imperialista, é também uma luta pela democracia e pelos direitos humanos. E penso que esta é a relevância da homenagem do Parlamento Europeu”, disse Sergey Lagodinsky, eurodeputados alemão dos verdes.
De recordar que a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis foi um dos três vencedores do Prémio Nobel da Paz deste ano
A cerimónia de entrega do Prémio Sakharov está agendada para 14 de dezembro, também no hemiciclo do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Além do diploma, o vencedor recebe 50 mil euros.
Resta saber quem representará o presidente e os ucranianos que estão impedidos de sair do país.