O presidente da UNITA reconheceu nesta sexta/feira, 16, implicitamente a vitória do MPLA nas eleições angolanas ao afirmar à entrada da Assembleia Nacional que o seu partido nunca tinha alegado ter havido fraude nas mesmas.
Para Adalberto Costa Júnior houve “irregularidades” no processo eleitoral e que “as eleições não foram justas e livres”.
O líder da oposição fez estas afirmações aos jornalistas à entrada da Assembleia Nacional onde os deputados foram hoje empossados.
Na nova Assembleia Nacional, o MPLA tem 124 lugares contra 90 da UNITA, dois do Partido da Renovação Social (PRS) , dois da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e dois do Partido Humanista de Angola (PHA).
No total a oposição tem 96 lugares.
Os deputados da UNITA tomaram posse apesar de terem tentado impugnar os resultados junto do Tribunal Constitucional, que funcionou também como Tribunal eleitoral, o que levou muitos apoiantes do partido a afirmarem que os deputados eleitos não deveriam tomar posse.
A liderança do partido teve um entendimento contrário e Adalberto Costa Júnior disse que nunca tinha alegado ter havido fraude nas eleições mas sim irregularidades no cumprimento da lei.
Ele acrescentou que isso tinha sido confirmado por observadores internacionais que, segundo disse, “não consideraram as eleições de livres justas e transparentes”.
”Nós falámos sempre de desvio às leis, desrespeito à Constituição, nunca falámos de fraude, falámos de provas”, disse, acusando depois os tribunais angolanos de não cumprirem eles próprios as leis do país
“Infelizmente os tribunais angolanos fogem da justiça e do direito”, disse o líder da oposição.
Autárquicas dependem do parlamento diz Rui Falcão
A UNITA alcançou bons resultados nos centros urbanos, particularmente na capital, Luanda, e ontem no seu discurso de posse o Presidente João Lourenço não mencionou a realização de eleições autárquicas no seu mandato de cinco anos.
Mas hoje o porta-voz do MPLA, Rui Falcão, disse também à entrada da Assembleia Nacional que essa omissão “não significa que as eleições não venham a acontecer”.
“Em princípio as eleições autárquicas estão previstas para 2024, isso se nós aprovarmos a legislação em 2023”, concluiu Falcão.
A Assembleia Nacional vai ser presidida pela primeira vez por uma mulher, Carolina Cerqueira, que tem assegurados os votos da maioria do MPLA.