A Argélia abandonou oficialmente os seus esforços para aderir ao BRICS, grupo inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, India, China e África do Sul, apesar de manter a sua adesão ao Banco de Desenvolvimento dos BRICS, segundo relatos do jornal argelino El Moudjahid, citando fontes governamentais.
Esta decisão surge após especulações recentes de que os estados-membros dos BRICS abordaram a Argélia sobre uma possível adesão. No entanto, El Moudjahid esclareceu que a Argélia já não procura a adesão, com as autoridades a afirmarem que “o processo de adesão aos BRICS está encerrado para as autoridades argelinas”.
O Presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, já tinha confirmado que o país não voltaria a procurar a adesão aos BRICS, após a sua exclusão da cimeira de Agosto de 2023 em Joanesburgo, onde foram admitidos seis novos membros. O governo argelino citou a falta de uma fundamentação clara para a sua exclusão, com o jornal a criticar o grupo BRICS pela “lógica de selecção absurda” e por não adoptar uma abordagem mais inclusiva.
A decisão argelina marca um novo revés para os BRICS, depois de o Egipto e a Etiópia se terem recusado a assinar uma declaração conjunta sobre os lugares para África no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Apesar disso, a Argélia continua empenhada no seu papel nas estruturas económicas globais e na cooperação multilateral. “A Argélia virou definitivamente a página” da adesão aos BRICS, afirma o relatório, enquanto continua a defender a multipolaridade nas relações internacionais através de outras plataformas, como o Conselho de Segurança da ONU e o Movimento dos Não-Alinhados.