Especialistas em Alzheimer estão reformulando o modo como os médicos diagnosticam pacientes com o distúrbio cerebral progressivo – o tipo mais comum de demência -, adotando uma escala de classificação de sete pontos com base nas alterações cognitivas e biológicas do paciente.
As novas diretrizes reveladas neste domingo, em Amsterdã, por especialistas por meio de um relatório divulgado durante a Conferência da Associação Internacional de Alzheimer, abrangem um sistema de estadiamento numérico que avalia a progressão da doença e é semelhante ao usado em diagnósticos de câncer. Eles também eliminam o uso de termos como: leve, moderado e grave.
A reformulação – que substitui as diretrizes definidas em 2018 – foi motivada pelo aumento da disponibilidade de testes que detectam as principais proteínas relacionadas ao Alzheimer, como beta-amilóide, no sangue e novos tratamentos que exigem, antes da sua realização, a confirmação da patologia.
O novo sistema foi projetado para ser mais preciso e refletir melhor a doença subjacente de uma pessoa, de acordo com o Dr. Clifford Jack, da Clínica Mayo, em Rochester, Minnesota, nos Estados Unidos, principal autor do relatório patrocinado pela Associação Internacional de Alzheimer e pelo Instituto Nacional do Envelhecimento (EUA), que integra os Institutos Nacionais de Saúde do governo dos Estados Unidos.
A mudança ocorre em um momento em que os médicos estão se preparando para identificar e tratar pacientes com medicamentos da Eisai e o Leqembi, da Biogen, que obteve a aprovação da FDA, Agência de Controle de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, este mês, e o remédio experimental Donanemab, da Eli Lilly, que está sob revisão do órgão.
“Realmente estamos entrando em uma era de medicina muito mais personalizada, onde começamos a entender que certos biomarcadores são elevados em certos graus em pessoas em diferentes estágios”, disse a Dra. Maria Carrillo, diretora científica da Associação Internacional de Alzheimer.
Sob a nova abordagem diagnóstica, os pacientes receberiam uma pontuação de 1 a 7, com base na presença de biomarcadores anormais da doença e na extensão das alterações cognitivas. O sistema também inclui quatro estágios biológicos classificados como a, b, c e d. Por exemplo, o estágio 1a é quando uma pessoa é completamente assintomática, mas possui biomarcadores anormais.
Por Julie Steenhuysen